Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 036: Cidades: espaço construído e formas de habitar
Os planos de puxar: problematizando a ideia da ausência de planejamento na feitura cotidiana das cidades a partir do processo de construção de Puxadinhos
Este texto é fruto de uma tese em andamento e tem como proposta discutir processos de construção de puxadinhos em um conjunto habitacional. Aqui minha intenção é argumentar sobre a potência dos puxadinhos para pensar processos de produção da cidade a partir das transformações da casa e do cotidiano da vida doméstica. A partir de trabalho de campo etnográfico nos prédios do Conjunto Habitacional Maria Antonieta Mello Azevedo - popularmente conhecido como Conjunto Palmital - , localizado no município de Santa Luzia, Região Metropolitana de Belo Horizonte, o objetivo desta apresentação é a reflexão e desconstrução sobre a representação da ideia da ausência de planejamento nos processos de fazer cidade pelas camadas mais pobres, ideia essa historicamente presente nos estudos urbanos. Por meio da ênfase em trajetórias de arranjos familiares, reveladores de planos e projetos de vida que vinculam casa e trabalho na transformação do espaço urbano e suas dinâmicas, argumento que a construção de puxadinhos envolvem cálculos e negociações cotidianas sofisticadas revelando-os como parte dos planos de vida que fazem a cidade na relação entre a gestão da vida doméstica e a vida coletiva em conjuntos habitacionais. Configura-se assim uma paisagem urbana de convivência entre os planos da política habitacional e a vida social dessa política transformada pela autoconstrução, em um conjunto habitacional projetado e construído na transição dos anos 1970-80 pela Cohab-MG no seio das políticas de remoção de favelas de BH e da política habitacional do BNH.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
Associação Brasileira de Antropologia - ABA