Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 039: Crise civilizacional, neoextrativismo e giro ecológico: perspectivas para outros futuros possíveis
50 anos de A Sociedade Contra o Estado: permanências e Insurgências
No ano de 2024, em meio a crises climáticas e econômicas, se completam 50 anos do lançamento do célebre ensaio de Pierre Clastres "A Sociedade Contra o Estado". Na obra, o antropólogo e etnólogo francês, de maneira profunda e dialogando de maneira crítica tanto com marxistas quanto com estruturalistas, nos convida a nos questionar sobre a suposta inevitabilidade histórica do Estado e as consequências discursivas dessa inevitabilidade, e que, como expõe ao longo do ensaio, tão logo se mostra um embuste quando se analisam as sociedades ditas primitivas ameríndias. Nesse sentido, para o autor, o Estado se mostra impossível nessas sociedades, uma vez que nelas existem mecanismos sociais para impedir o surgimento da figura do chefe de Estado, detentor do poder. O presente ensaio então busca compreender as permanências e a atualidade do pensamento de Clastres na antropologia através do antropólogo brasileiro Eduardo Viveiros de Castro, em especial de que maneira, ainda hoje, podemos pensar o Estado como vetor de um poder destrutivo e responsável pela crise climática do Antropoceno.
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