Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 049: Ensino e aprendizagem da antropologia na educação básica
A implantação do Novo Ensino Médio enquanto desafio pedagógico e objeto de investigação: educação científica a partir da pesquisa etnográfica
O objetivo desta comunicação é apresentar alguns resultados sobre a produção de material etnográfico acerca da implementação do Novo Ensino Médio em escolas da rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, realizado pelos estudantes vinculados ao Lampejo (Laboratório Marginal de Pesquisa Escolar do Joaquim), núcleo de pesquisa fundado e coordenado por mim desde 2020 no Colégio Estadual Joaquim Leitão (Magé/RJ). O Lampejo foi criado a partir das pesquisas desenvolvidas pelos estudantes para as edições da Feira Simoni Lahud Guedes, projeto idealizado por pesquisadores vinculados ao InEAC/UFF (entre os quais, me incluo) que lecionam em escolas públicas estaduais e/ou que desenvolvem pesquisas sobre administração de conflitos no espaço escolar.
O referido núcleo de pesquisa, atualmente, conta com quatro estudantes contemplados com bolsas de pré-iniciação científica Jovens Talentos/FAPERJ, vinculados ao projeto Entre projetos de vida e itinerários formativos: experiência de implantação do Novo Ensino Médio em escolas públicas estaduais do Rio de Janeiro, contemplado na chamada de 2023. O trabalho de pesquisa conjunto iniciou-se na unidade de ensino em que o grupo está matriculado para, posteriormente, incluir outras escolas na investigação, utilizando-se da rede articulada a partir da Feira de Ciências do InEAC. A proposta de reformulação do currículo da educação básica, manifesta em documentos como a BNCC (2017), ancora-se em uma concepção pedagógica na qual os atores escolares necessitam desenvolver competências socioemocionais que os tornam mais adaptáveis e autônomos. Para a promoção e aprimoramento dessas habilidades, são inseridos na grade curricular componentes como Projeto de Vida, assim como cursos integrados de Empreendedorismo são formulados em parceria com empresas privadas e ofertados aos estudantes.
A análise de experiências de implantação do novo modelo curricular em escolas públicas estaduais, assim como o acompanhamento dos debates em torno da reformulação ou revogação da reforma, traz em seu bojo a importância da etnografia para compreender adequadamente as adequações, composições, articulações e resistências dos atores escolares diante destas mudanças.
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