Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 027: Antropologias da Paisagem: Conhecimentos, Relações e Políticas Multiespécie
O que pode a água? Materiação e socialidade mais-que-humana nas paisagens sanfranciscanas
Esta comunicação tem por finalidade examinar a materialidade ativa da água na composição da socialidade mais-que-humana que emerge nas paisagens às margens do Rio São Francisco, em sua porção norte-mineira. Inspirado na noção de materiação (mattering), cunhada por Karen Barad em sua abordagem materialista-performativa, busco pensar a capacidade agencial da água, sem separar suas dimensões semióticas e materiais, na conformação de paisagens em movimento permanente. Partindo das ideias dos habitantes do povoado de Ribanceira, comunidade ribeirinha e quilombola, situada às margens do rio São Francisco, sobre os movimentos das águas do rio e das chuvas, traço uma breve reflexão sobre o rio e seu entorno como um fenômeno em devir intra-ativo em que as fronteiras e propriedades dos componentes das paisagens sanfranciscanas vão sendo moldadas em práticas relacionais mais-que-humanas.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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