ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 051: Envelhecimentos, Interseccionalidade e Cuidados
A prática da biodanza no sus como caminho de aproximação intergeracional
O Brasil vem caminhando de maneira acelerada em direção à velhice e à longevidade. No entanto, a sociedade brasileira não enxerga a pessoa idosa em sua integralidade, tampouco reconhece a pluralidade dessa etapa da vida. Nesse sentido, o fator que vem precarizando a saúde e ocasionando mortes precoces é a discriminação etária, que provoca isolamento social e onera a economia. Essa discriminação, também conhecida como idadismo, diz respeito as ideias estereotipadas que criamos, aos preconceitos que experimentamos e a discriminação em relação à idade, ao envelhecimento e à velhice. Trata-se de um preconceito que pode interferir no olhar dos indivíduos para si mesmos e provocar conflitos entre gerações. Este trabalho pretende contribuir para a reflexão sobre a inclusão, no Sistema Único de Saúde (SUS), de práticas que promovam a aproximação entre gerações como uma estratégia de enfrentamento do preconceito contra pessoas idosas. As reflexões a seguir emergem de uma pesquisa de Doutorado em Saúde Coletiva e, portanto, são recortes de um estudo em andamento. O estudo está sendo realizado com um grupo de 10 mulheres idosas participantes de práticas integrativas e complementares (PICS) em um Centro Municipal de Saúde do município do Rio de Janeiro no município do rio de Janeiro. O projeto está de acordo com os preceitos éticos da resolução CNS n 466/2012, tendo sido submetido e aprovado pelo Comitê de Ética de Pesquisa (CEP) do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro sob parecer número 5.473.135. A fala o jovem precisa ser mais educado com a pessoa idosa de uma das participantes, traz relevo para esse insulamento dos grupos etários que polariza, distancia e solda cada geração em suas representações idadistas. Entretanto, ao mesmo tempo que esse fato, emerge como irrefutável, permite que se vislumbre os potenciais benefícios de um entrelaçamento intergeracional. As polarizações intergeracionais percebidas nas narrativas das participantes deste estudo apontam para um longo caminho a ser percorrido. No entanto, elas também dão pistas de que as próprias engrenagens de assistência do SUS tem potência para arrefecer essa polarização intergeracional. Portanto, considerando que hoje as práticas exclusivas para pessoas criem mais muros do que pontes, cabe a nós pensar no engendramento de propostas que as tornem permeáveis ao público de outras gerações.