ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 072: Migrações, mobilidades e deslocamentos: problemas sociais, desafios antropológicos
Mulheres Brasileiras em Portugal: Ativismo Digital e Resistência ao Imaginário Social Discriminatório
Com o objetivo de explorar o ativismo digital feminino no contexto da diáspora brasileira em Portugal, esta comunicação se debruça sobre as iniciativas do grupo Brasileiras Não se Calam”. Utilizando como corpus as postagens do Instagram, examina-se como estas mulheres denunciam e confrontam preconceitos e discriminações associados ao estereótipo da "Mulher Brasileira". Em um cenário amplamente impactado pelas transformações espaço-temporais do século XXI, essas mulheres não só buscam romper com o imaginário social discriminatório, mas também reconfigurar suas subjetividades em território português. O compartilhamento de experiências contribui para a criação de identificação entre aquelas que vivenciam as dinâmicas específicas do que é ser mulher brasileira em Portugal e a partir disso tentam levantar o debate sobre como as mulheres brasileiras são tratadas em Portugal. As narrativas apresentadas, saturadas de emoções, sensações e percepções, evocam reflexões críticas sobre o tratamento dispensado às brasileiras no país, colocando em evidência as facetas do racismo, sexismo e colonialidade. Esta pesquisa reflete sobre a ação do grupo como uma forma de resistência das mulheres imigrantes brasileiras às visões estereotipadas e o papel ativo desempenhado por elas em iniciativas ativistas na sociedade portuguesa. Adotando um caminho teórico-metodológico que entrelaça a abordagem decolonial feminista ao estudo das emoções, esta pesquisa amplia o debate sobre as experiências do ativismo digital das mulheres imigrantes brasileiras. Assim, o trabalho se alinha com os propósitos deste GT 072: Migrações, mobilidades e deslocamentos: problemas sociais, desafios antropológicos, sublinhando como as vivências cotidianas dos sujeitos em mobilidade, podem impulsionar transformações no tecido social, especialmente quando confrontadas com a colonialidade, o sexismo e o racismo em sociedades como a portuguesa.