Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 072: Migrações, mobilidades e deslocamentos: problemas sociais, desafios antropológicos
Mulheres Brasileiras em Portugal: Ativismo Digital e Resistência ao Imaginário Social Discriminatório
Com o objetivo de explorar o ativismo digital feminino no contexto da diáspora brasileira em Portugal,
esta comunicação se debruça sobre as iniciativas do grupo Brasileiras Não se Calam. Utilizando como corpus
as postagens do Instagram, examina-se como estas mulheres denunciam e confrontam preconceitos e
discriminações associados ao estereótipo da "Mulher Brasileira". Em um cenário amplamente impactado pelas
transformações espaço-temporais do século XXI, essas mulheres não só buscam romper com o imaginário social
discriminatório, mas também reconfigurar suas subjetividades em território português. O compartilhamento de
experiências contribui para a criação de identificação entre aquelas que vivenciam as dinâmicas específicas
do que é ser mulher brasileira em Portugal e a partir disso tentam levantar o debate sobre como as mulheres
brasileiras são tratadas em Portugal. As narrativas apresentadas, saturadas de emoções, sensações e
percepções, evocam reflexões críticas sobre o tratamento dispensado às brasileiras no país, colocando em
evidência as facetas do racismo, sexismo e colonialidade. Esta pesquisa reflete sobre a ação do grupo como
uma forma de resistência das mulheres imigrantes brasileiras às visões estereotipadas e o papel ativo
desempenhado por elas em iniciativas ativistas na sociedade portuguesa. Adotando um caminho
teórico-metodológico que entrelaça a abordagem decolonial feminista ao estudo das emoções, esta pesquisa
amplia o debate sobre as experiências do ativismo digital das mulheres imigrantes brasileiras. Assim, o
trabalho se alinha com os propósitos deste GT 072: Migrações, mobilidades e deslocamentos: problemas
sociais, desafios antropológicos, sublinhando como as vivências cotidianas dos sujeitos em mobilidade, podem
impulsionar transformações no tecido social, especialmente quando confrontadas com a colonialidade, o
sexismo e o racismo em sociedades como a portuguesa.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
Associação Brasileira de Antropologia - ABA