Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 067: A Pesquisa Antropológica e os Estudos sobre violência em meio escolar: Críticas e Contribuições
Para além da "totalidade" da prisão: notas etnográficas na unidade prisional da APAC- São Luís
A proposta de trabalho atual visa compreender a dinâmica das fronteiras estabelecidas na unidade
prisional da Associação de Proteção e Assistência aos Condenados (APAC) São Luís, através do relato
etnográfico durante o Curso de Formação de Voluntários APAC 2023 e do Curso de Formação Social 2019,
organizado pelo Laboratório de Estudos em Antropologia Política (LEAP\UEMA), sob a coordenação de Karina
Biondi. Este trabalho é fruto dos investimentos de pesquisa para minha dissertação. Durante os rituais de
qualificação e defesa, algumas questões me foram apresentadas, como minha recusa em analisar a APAC como uma
"instituição total". Não se tratou de uma negação em qualificar a unidade prisional como tal; porém, no
processo de estabelecimento desse modelo de gestão punitiva e disciplinar, outras dinâmicas se tornam
evidentes. A filosofia da APAC possui um caráter disciplinar e uma tendência à "totalidade". O objetivo
institucional é produzir um tipo diferente do modelo prisional tradicional, o "ressocializado", e apresentar
o "recuperando". Os participantes do curso já possuem laços, enquanto outros são construídos e fortalecidos
com os "recuperandos". Durante a defesa da dissertação, a banca não se "convenceu" de que a APAC-São Luís
não poderia ser analisada como uma Instituição total. A partir das experiências na unidade, pretendo
explorar outros aspectos que priorizam os saberes adquiridos pelos internos, além de refletir sobre se a
proposta do modelo prisional apaqueano ainda é uma solução para os problemas do sistema prisional.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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