Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 009: Antropologia da Economia
Afluência das economias naturais
Este trabalho investiga as críticas sociais de Jack London e Oswald de Andrade sobre o problema da afluência das economias naturais e da carência das economias capitalistas, e acompanha a discussão correlata de Karl Polanyi e Marshall Sahlins em suas reflexões sobre a riqueza nas sociedades originárias. Tenta aproximar-se da abordagem metodológica da história intelectual, seguindo a referência de metodólogos como Ludvik Fleck e Reinhart Koselleck, para indicar a historicidade das noções e dos conceitos. Em seguida, discute a abrangência da ideia de economia natural nos autores. Seguindo o raciocínio sobre a relação de convergência e proporcionalidade entre o desenvolvimento científico-técnico e o desenvolvimento social-ecológico que constitui as economias naturais, busca no argumento da economia orientada à função social da comunidade e à adaptação ambiental ao lugar uma compreensão da utopia social presente nos clássicos modernos identificados com as teorias socialistas e progressistas. Assim, consideramos dois pressupostos nos autores como princípios para um modelo antropológico: (1) A afluência das economias naturais desde as sociedades originais, (2) a perspectiva de uma nova economia natural para as sociedades presentes e futuras. Estes pressupostos tornam nítida a existência de um modelo afluente, uma hipótese social e ecológica fundada na crítica da metafísica mercantil da modernidade e no elogio das variedades da experiência humana de longa duração. Concluímos com o exame do modelo e a indicação tanto de sua antiguidade quanto de sua persistência na literatura social contemporânea.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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