ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 042: Desafios dos estudos ciganos no campo da Antropologia: questões de método e novas demandas políticas
O ativismo político de mulheres Romani no Brasil: uma análise das ações, mobilizações e performances.
Jamilly Rodrigues da Cunha (TRT-13)
Cigano/a”, Rom/Romi”, Romani”, Calon/Calin ou Sinti”, entre outras designações, são as formas de autorreconhecimento e como são identificados este grupo étnico que vive em solo brasileiro desde o século XVI. Historicamente colocados à margem, vítimas de perseguição, preconceito e discriminação, atualmente, tais agentes têm desafiado o Estado no processo de negociação e construção de programas e projetos a partir de demandas específicas e que estão relacionadas às suas vivências, formas de resistência e processos interacionais. Destarte, o presente artigo visa discutir o cenário de mobilização identitária a partir da atuação de algumas mulheres Ciganas ou, respeitando suas formas de autorreconhecimento, mulheres Romani”. Para tal, além de mapear a bibliografia que existe acerca de mulheres desta etnia, pretende-se discutir a participação das agentes em um campo tradicionalmente ocupado por homens, o universo da política. Afinal, as mulheres romani, dificilmente ocuparam espaços discursivos que permitissem formas de resistências públicas, contudo, a pesquisa revelou um novo momento caracterizado pela ampla atuação das ativistas, rompendo barreiras por meio de uma participação ativa no processo de construção de políticas, buscando, inclusive, desconstruir o imaginário que, para além de carregar muitas violências, pouco diz sobre quem são e o que querem ser. Importa dizer que os dados que embasam tais reflexões foram extraídos por meio do método de observação participante, recurso metodológico essencial por permitir ao pesquisador um acesso mais denso às práticas e dinâmicas vivenciadas. Palavras-chave: Ativismo político; Mulheres Romani; Identidade.