Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 101: Trabalhos etnográficos com população em situação de rua: modos de existir/resistir, políticas, governos e agências
Notas antropológicas do Censo Pop Rua Recife: registros etnográficos sobre a população em situação de
rua
A partir da construção do Censo Pop Rua Recife (2023), elaborado mediante a parceria entre a
Universidade Federal Rural de Pernambuco e a Prefeitura do Recife, especificamente a Secretaria de
Desenvolvimento Social, Direitos Humanos, Juventude e Políticas Sobre Drogas (SDSDHJPD), será incorporada às
discussões antropológicas conectadas aos dados da pesquisa sociodemográfica acerca da população em situação
de rua em termos de gênero, raça, sexualidade e faixa etária.
O Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (Centro POP) atende demandas
referentes a higienização, alimentação, documentação e dispõe de ferramentas para elaborar encaminhamentos
para o Restaurante Popular, Abrigos Noturnos e Casa de Acolhimento 24h. No território do Recife existem
quatro Centros POP: Centro POP Glória, Centro POP Neuza Gomes, Centro POP José Pedro e Centro POP Maria
Lúcia, esse último encontra-se com as atividades suspensas.
O Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS) proporciona o contato direto com a população de rua nos
territórios, deste modo, por se tratar de uma ocupação externa de busca ativa, nos permite o contato
inicial, a abertura e a tentativa de proximidade, além do registro descritivo nos cadernos que levamos para
o campo, bem como a construção dos relatórios individuais das pessoas usuárias do serviço.
Deste modo, sob a luz das produções antropológicas referentes à população em situação de rua, serão
refletidas as vivências destes grupos na cidade do Recife, dentre elas: "No Meio da Rua: Nômades, Excluídos
e Viradores" (BURSZTYN, 2003), "Corpos Urbanos Errantes" (Frangella, 2009) e "O Sistema da Rua em Ação"
(Holanda, 2017). Em ligação, utilizarei como base os relatórios feitos por mim oriundos dos atendimentos com
os/as usuários/as nas ruas através do Serviço Especializado de Abordagem Social (SEAS), preservando
eticamente as pessoas envolvidas, utilizando nomes fictícios.