ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 074: Modos de aprender e de ensinar a antropologia: desafios contemporâneos da formação e da escrita em antropologia
Reflexões, Desafios da Etnografia Escrita indígena Kaiowá e Guarani
A pesquisa para o povo indígena Kaiowá e Guarani vem sendo desafiante, especialmente a escrita acadêmica devido a exigência e formulações técnicas obrigatórias que devem compor uma pesquisa de estudo acadêmico. O objetivo desta proposta é trazer a experiência de convívio acadêmico entre indígenas e não indígenas neste espaço de instituição e engajamento na pesquisa na área da antropologia indígena kaiowá. A intenção da proposta é discutir experiências de escrita indígena kaiowá e guarani para uma realidade de uso da língua materna nas produções acadêmica, dando a visibilidade a língua escrita entre não indígenas dentro dos parâmetros da produção acadêmica. O pesquisador e a pesquisadora indígena kaiowá e guarani sempre passamos pelo processo de inovar a pesquisa e a escrita a partir da etnografia, e nos questionamos como sujeitos pesquisadores/as o que vem a ser uma pesquisa para nós indígenas. No meu caso, falo a partir do lugar da retomada e da ocupação de saberes indígenas kaiowá e guarani, também da perspectiva de ser aprendiz xamã/rexakary indígena kaiowá e guarani. O mundo da escrita que são codificadas em papel é sempre desafiante. Assim, produzir pesquisa e escrita por meio dos sábios e sábias que são metres e mestras na oralidade, que são detentores e detentoras dos saberes tradicionais, que dominam o ser xamã e são chamados de nhanderu/rezador e nhandesy/rezadora é o desafio que enfrento. Produzir pesquisa e etnografia, e praticar código de escrever e envolver o meio do contexto social e as comunidades do povo indígena kaiowá e guarani, diante dos nhanderu e nhadesy, a pesquisa que resultará na escrita, tem a suas complexidades. Temos que revalidar os meios elementares do nosso próprio modo de pensar e interagir, pois aprendemos a saber, a pensar, ouvir, traduzir e escrever do nosso modo. ao longo do curso da pesquisa e do estudo, aprendemos a sistematizar as produções cientificas para uma ciência mais perto e adequada para a formatação acadêmica. A outra face, a academia, nos dias atuais e nos cursos de pós-graduação vem tendo flexibilidade para entender o próprio pesquisador e pesquisadora indígena no seu modo de escrever e, de traduzir. Um dos grandes problemas entre escrever e a pesquisa para pesquisadores e pesquisadoras indígenas é o uso da língua materna, do oral para o texto cientifico, pois é, aos poucos que é possível desenvolver estudo na produção de artigos, dissertações, tese e livros que atualmente estão nos acervos on-line e Bibliotecas universitárias.