Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 096: Sexualidade, gênero, raça e territorialidades: articulações, pertencimentos e direitos em disputa
"O Papel da Religião na Construção da Identidade de Mulheres Evangélicas Estudantes da UFBA"
A construção da identidade perpassa diversas experiências da vida humana. Nesse sentido, a religião,
como âmbito de vivência, transformação social, e emergência de novos sujeitos, pode ser entendida como um
importante elemento no que tange a construção identitária muito em virtude da natureza das práticas,
conhecimentos e discursos envoltos. Tendo em vista que a identidade feminina é construída socialmente, fruto
da vivência de um coletivo cuja conjuntura sócio-histórica remete a definição de papeis e, consequentemente,
atores sociais e suas atribuições na sociedade, as religiões pentecostais apresentam-se como âmbito de
conhecimento para analisar como religião e gênero podem se articular, ao mesmo tempo que servem como guia
para a identidade desse grupo influindo diretamente na subjetividade dessas mulheres. O tema a ser abordado
na pesquisa visa dar agência às mulheres envolvidas, uma vez que procura escutar e entender, através de seus
discursos, como ocorre esse processo de construção da identidade a partir de suas experiências. Assim, o
presente trabalho buscou compreender, através da realização de entrevistas e grupos focais, a visão de
estudantes evangélicas da Universidade Federal da Bahia (UFBA). A escolha metodológica fora de uma análise
qualitativa através do uso de categorias da análise do discurso da linha inglesa levando em consideração a
importância da experiência no social e sua capacidade reveladora nos meandros discursivos, uma vez que se
busca observar a potencialidade dessas mulheres enquanto sujeitos, sobretudo, sociais e políticos, atuantes
e passíveis, ao mesmo tempo, de influência exterior para suas subjetivações e, ademais, contou com a
combinação do respaldo teórico tanto da linha sociológica quanto da antropológica. Nesse ínterim, foi
desejoso mostrar como arcabouços conceituais tais como as noções de gênero", " subjetividade e religião,
por exemplo, são moldadas e moldam o comportamento desse coletivo, e não somente isso, como essas categorias
se entrecruzam. Observou-se como resultado depois do contato com as estudantes e através da análise e
interpretação dos dados coletados que a religião possui sim um caráter elementar e fundante na construção de
suas identidades, perpassando as suas subjetividades, porém ela não é um fator exclusivo, o que levou a
percepção de que a produção de determinadas subjetivações e corpos no que toca ao gênero e religião
necessitam, ordinariamente, de outros contextos de atravessamento.