Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 061: Formas da restituição: coleções científicas, reparação e a longa jornada de volta.
Mapeamento das Coleções Etnográficas no Brasil: um estudo de caso da pesquisa nas regiões sudeste e
nordeste
O Mapeamento das Coleções Etnográficas no Brasil é um projeto de caráter extensionista. É uma iniciativa
do Comitê de Patrimônios e Museus da ABA Associação Brasileira de Antropologia, que teve início após o
Seminário Antropologia e Museus: desafios do contemporâneo, realizado em 2018. A proposta de mapeamento
visa identificar e catalogar os objetos e coleções etnográficas que estão sob a guarda de museus, centros
culturais e outras iniciativas comunitárias. Dentro do vasto panorama das instituições de memória no Brasil,
onde milhares delas se dedicam à preservação de objetos, é notável que uma parcela significativa detenha
artefatos oriundos de diversos grupos sociais.
Entendemos coleções etnográficas como objetos e /ou coleções representativas do cotidiano, de momentos
festivos e especiais desses inúmeros grupos sociais, como, povos indígenas, objetos de arte e cultura
popular, artefatos de grupos afro-brasileiros, de imigrantes entre outros. O principal objetivo é
contemplar, em um único local, informações abrangentes sobre as coleções etnográficas. Para isso, optamos
por uma abordagem virtual, acessível gratuitamente, utilizando a plataforma Tainacan para congregar esses
dados. A intenção é que essas informações sejam uma fonte valiosa que possa ser explorada de diversas
maneiras no futuro, seja pela comunidade acadêmica ou pelo público em geral.
Em 2022 o projeto foi contemplado com auxílio do CNPq, assim nos organizamos em três equipes, sendo elas:
pesquisa, banco de dados e difusão. Neste trabalho pretendemos falar mais sobre a experiência da difusão,
mais especificamente na região Sudeste e Nordeste. O processo de pesquisa envolvendo o contato direto com as
instituições é uma tarefa delicada, pois há uma variedade imensa de organizações envolvidas. Algumas são
empreendimentos de grande porte, com uma rede extensa de colaboradores dentro do museu, enquanto outras são
menores e podem ter menos familiaridade com o conceito de coleções etnográficas. Por essa razão, a abordagem
da pesquisa pode variar consideravelmente, e nosso trabalho, muitas vezes, se assemelha ao esforço paciente
de formigas, construindo passo a passo até alcançar um resultado significativo em escala mais ampla.