Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 055: Etnografias de processos de resistência de povos indígenas em Estados e governos de exceção
Resistindo a Bolsonaro: uma análise sobre a mobilização dos Tupinambá da Serra do Padeiro, Bahia
Examinar a mobilização política dos Tupinambá da aldeia Serra do Padeiro (Terra Indígena - TI Tupinambá
de Olivença, sul da Bahia) ao longo do mandato presidencial de Jair Messias Bolsonaro (2019-2022) é o
principal objetivo desta comunicação. Ela apresenta uma síntese dos resultados de projeto de investigação
desenvolvido com apoio da Fundação Wenner Gren, por meio da linha de Pesquisa Engajada, com participação das
pesquisadoras tupinambá Glicéria Jesus da Silva, Jéssica Silva de Quadros e Sthefany Ferreira da Silva. Em
um quadro de graves violações de direitos de povos indígenas, quilombolas, camponeses e outros segmentos,
viabilizadas pelo governo federal por atuação direta ou omissão, o movimento indígena emergiu como uma das
principais forças de resistência ao bolsonarismo. Na descrição e análise das estratégias políticas
engendradas na Serra do Padeiro no período, tomamos como pontos de partida cinco episódios-chave: a
descoberta de um plano de extermínio visando lideranças indígenas, a tentativa de construção de um resort no
território tupinambá, retrocessos no procedimento de demarcação da TI, a mobilização de forças repressivas
contra ações protetivas adotadas pelos indígenas durante a pandemia de Covid-19 e a concessão de liminar em
ação de reintegração de posse contra os indígenas. Por meio do exame pormenorizado de um caso concreto,
buscamos contribuir com a produção sobre formas de ação coletiva levadas a cabo contemporaneamente por povos
indígenas no Brasil.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
Associação Brasileira de Antropologia - ABA