Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 025: Antropologia(s) Contemporânea(s) e Sofrimento Psíquico
Existências insurgentes: um debate sobre sofrimentos psíquicos de mulheres negras na política partidária
Proponho realizar uma análise sobre as violências raciais e de gênero sofridas por mulheres negras que ocupam cargos na política partidária. O campo etnográfico do qual este resumo é produto concentra-se em acompanhar mulheres negras cis e trans vinculadas à partidos de esquerda, atuantes no Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, realizo uma pesquisa de pós-doutoramento acompanhando, pessoalmente e virtualmente, mulheres negras que exercem funções como deputadas (federal e estadual) e uma vereadora no contexto carioca. Argumento que as experiências de mulheres negras da política partidária podem ser compreendidas tanto como sofrimento psíquico individual como sofrimento coletivo. Ao sofrer racismos ou discriminação de gênero um duplo sofrimento é causado, pois grande parte dessas pessoas estão trabalhando a favor dos direitos das minorias sociais das quais elas mesma fazem parte. Estou preocupada como operam os mecanismos de opressão nas instituições políticas oficiais, ou seja, como certos corpos e subjetividades são violentamente atacados por agentes políticos da extrema direita no Brasil contemporâneo. Essa análise será realizada a partir das diferentes categorias que constituam a vítima entre ela o gênero, faixa etária, a raça, local de nascimento, entre outras. Nesse contexto analítico, também desejo apresentar um debate ligado aos diferentes campos de conhecimento interessados no entendimento e desnaturalização das formas de opressão contemporâneas geradoras de sofrimento psíquico, como modo de pensarmos modos de minimizar esses danos que são micros e macros.
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