ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 020: Antropologia e Alimentação: interculturalidade, saberes críticos e desafios contemporâneos em contextos de luta por direitos
Crise e carestia: o tema da alimentação nos jornais paranaenses “O Dia (PR) e “Diário da Tarde (PR) na década de 1920
O presente estudo faz parte de uma pesquisa maior que tenho desenvolvido a respeito do papel do alimento como componente fundamental na construção da trajetória histórica do Paraná, mais especificamente de Curitiba, e suas contribuições nos campos do social, do político, do econômico e do cultural a partir da avaliação das diferentes proposições da temática “alimentação na agenda da Câmara Municipal de Curitiba entre 1900-1945, bem como nas ações do poder executivo municipal. Junto às fontes oficiais também estão sendo pesquisados artigos de jornais locais, mas que não se restringiam a notícias apenas da região, e traziam em suas páginas novidades do Brasil e do exterior em meio a colunas, anúncios comerciais, cartas de leitores locais, entre outras notícias. Nesse sentido é que aqui quer se priorizar a análise do que apareceu nas páginas dos periódicos “O Dia (PR), e “Diário da Tarde (PR)”, que circularam entre a população da cidade e que de alguma forma trazem elementos sobre a alimentação no cotidiano da capital na agitada década de 1920. Metodologicamente o estudo consiste no levantamento das fontes, os periódicos acima citados, disponíveis na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional, utilizando-se como descritor a palavra “alimentação”, em seguida as notícias são lidas e sistematizadas por assunto e então é realizada a análise em conjunto com outras informações e dados do período. Da atual fase em que está a pesquisa já podemos afirmar que o acesso à alimentação é uma preocupação constante na história e permeia a dinâmica das cidades brasileiras, dentre elas Curitiba. Alguns pesquisadores explicam que essa dinâmica perversa tem suas raízes em um modelo de desenvolvimento que favoreceu sempre as grandes propriedades rurais que têm destinado sua produção pautada nas necessidades do mercado externo, deixando o mercado interno entregue a medidas paliativas de combate à fome. Garantir segurança alimentar à população é saber administrar crises de abastecimento, regular preços, oferecer condições sanitárias confiáveis.