Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 024: Antropologia e Turismo: transversalidades, conflitos e mudanças
Povos indígenas e turismo no Pantanal: experiência em construção na T.I. Kadiwéu.
A pesca esportiva é a modalidade que mais atrai turistas no Pantanal de Mato Grosso do Sul. O setor enfrenta, entretanto, redução gradativa e sistemática no volume de visitantes devido a fatores tais como o limite da cota de captura e transporte e a concorrência com outras áreas de pesca. Somado a esses aspectos, novas experiências turísticas têm surgido e se consolidado em território pantaneiro, como o turismo ecológico e contemplativo, modalidades de pequena escala com foco no ambiente e nas culturas regionais que atraem visitantes com novos olhares e interesses para a planície. Alguns povos indígenas, como os Kadiwéu, que participam desse mercado de forma tangencial, mediante o comércio de produtos como cerâmica e artesanatos, têm vislumbrado a possibilidade de uma inserção mais direta e ativa no turismo. Cresce o interesse e as iniciativas por parte desse povo por implantar atividades de visitação em seus territórios, de forma autogerida e com resultados mais consistentes para as comunidades. Diante disso, este estudo tem como propósito analisar o modo como o povo Kadiwéu, sobretudo as mulheres que vivem nas aldeias Alves de Barros e Campina, no Pantanal de Porto Murtinho, têm se mobilizado e atuado para viabilizar o turismo em suas aldeias. O trabalho pretende discutir acerca de sua concepção de turismo, as expectativas em torno da atividade e as iniciativas políticas e de caráter estrutural que têm mobilizado para integrar suas aldeias no mercado do turismo.
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