ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 095: Saberes plurais em torno do uso de drogas
CULTURA CANÁBICA: sentidos do uso de maconha entre frequentadores das rodas de fumo no CAHL
Este trabalho analisa o sentido do uso de maconha entre frequentadores das rodas de fumo em um contexto universitário interiorano baiano. Na qual é fruto de uma pesquisa exploratória sobre a inexistência de uma política de drogas na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB). O lócus da pesquisa é o Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) situado na cidade de Cachoeira/BA. Trata-se de uma etnografia e tem a propositura de um debate interdisciplinar. Esta pesquisa possui como base autores(as) que debruçam seus estudos em pesquisas sobre sujeitos que fazem uso da maconha, a exemplo de Gilberto Velho, Howard Becker, Edward MacRae e Luisa Saad. Ademais, este trabalho intenta ampliar os estudos realizados através de uma análise empírica sobre a cultura do uso da maconha, o proibicionismo e seu efeito sobre as relações étnico-raciais, geracionais e religiosas em um contexto interiorano. A partir das narrativas dos interlocutores na pesquisa etnográfica, serão descritos os significados e experiências de uso entre os sujeitos que se formam a partir de elementos simbólicos compartilhados. Isto posto, foi utilizado como um dos instrumentos de pesquisa, a entrevista semi-estruturada, nas conversas das rodas de fumo. Através do arranjo e rearranjo de palavras, sentidos, gestualidades, falas e ritos. A intenção é comunicar a forma como os interlocutores, que vivenciam as rodas de fumo, dão sentido ao uso dessa planta e compartilham suas experiências diante de um cenário político criminalizador. Vale ressaltar que esta pesquisa encontra-se em andamento e seus dados ainda são preliminares. Mas até o presente momento percebe-se uma diminuição dessas rodas, pois enquanto egressa do campus, participante das rodas de fumo e refletindo os relatos obtidos através das entrevistas, nota-se esse esvaziamento. Tanto como consequência da pandemia quanto em relação a outros fatores decorrentes dos perfis de sujeitos que atualmente vivenciam a universidade.