Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 041: Culturas populares: entre tradições, espetáculos e protagonismos contemporâneos
Reflexões sobre o 15° Festival de Cururu e Siriri de Mato Grosso
Este ensaio visa produzir uma material reflexivo a partir da bibliografia utilizada na disciplina de Cultura Popular e Patrimônio do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da UFMT, realizada pela Profª . Dra. Patrícia Silva Osório e Profª. Dra. Flávia Carolina da Costa no segundo semestre de 2023.
O foco deste texto será de relacionar as atividades dos grupos de Cururu e Siriri com a mobilização e organização política,, tendo como ambiente os conflitos e negociações que ocorreram durante um evento que faz parte do calendário da cultural popular Mato Grossense, o Festival de Cururu e Siriri de Mato Grosso, que foi realizado nos dias 15, 16 e 17 de dezembro de 2023 e que neste ano está na sua 15ª edição no Ginásio Aecim Tocantins.
A escolha do festival é devido a forma com que foi realizado o evento, onde desta vez foi idealizada e construída numa parceria entre a sociedades civil e o governo estadual, neste caso o Instituto Nandaia, entidade sem fins lucrativos que tem em sua diretoria representantes dos grupos de Cururu e Siriri de Cuiabá; o Instituto Brasil, entidade sem fins lucrativos realizadora de eventos artístico e culturais em Mato Grosso; e a Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso (SECEL-MT). Este é um dado importante pois nos últimos anos foi realizado pela prefeitura de Cuiabá e produtoras de eventos. Fato este ressaltado pelo Presidente do Instituto Nandaia - Aviner Augusto, durante suas falas na abertura dos 3 dias de evento.
Além disso, o evento antes, durante e depois da sua realização também evoca múltiplos discursos sobre: Patrimônios, Tradições, Identidades cuiabana/mato grossense, narrativas históricas, cultura popular, entre outros; pois é durante a construção deste evento que muitas dessas questões se tornam assunto no cotidiano das pessoas que estão envolvidas com a prática da cultura popular, mas que tende a ficar nas entrelinhas do dia a dia, não obedecendo uma lógica factual de ordem e progresso histórico.
Busco aqui identificar na rotina da prática cultural, ou seja, a partir de ações do cotidiano do grupo que faço parte, o grupo Coração Tradição Franscicano, com temáticas que fizeram parte dos debates em sala de aula, que se apresentam a cada reunião de planejamento, ensaio dos dançarinos, ensaio de músicos, apresentações em eventos, resenhas (gíria para festas informais), fofocas e reuniões deliberativas de organização do festival. Neste emaranhado de momentos que não são linearmente sobrepostos, mas que estão em constante dinâmica e construção.