Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 027: Antropologias da Paisagem: Conhecimentos, Relações e Políticas Multiespécie
Paisagens e Pixirica: fazendo parentescos no caminho
Vivemos em um mundo de ruínas, sobre escombros de muitos mundos. O arruinamento é uma constante, e habitamos as paisagens que se fazem da perturbação.
O texto aborda a coexistência entre ruína e esperança no mundo contemporâneo, enfatizando a importância de construir alianças e relações de parentesco em uma escala ecológica, questionando a definição moderna que separa natureza-cultura. Ao contar a história de uma muda de Pixirica, uma planta que veio do Assentamento Terra Vista, no Sul da Bahia, e viajou por diferentes mãos até chegar ao coletivo Paisagismo de Guerrilha em Belo Horizonte. A muda foi, então, plantada em meio ao entulho num terreno de bota-fora, iniciando uma empreitada de construir, ali, uma horta comunitária.
Essa jornada destaca as complexas interações entre humanos e não humanos, as suas alianças e os conflitos dos encontros nas paisagens. O texto propõe uma reflexão sobre as possibilidades de vida e sobre o fazer parentesco no contexto do capitaloceno, na urbanidade com seus ecossistemas de ruína, questionando a dicotomia entre natureza e cultura e buscando transformar imaginários a partir de uma ecologia política multiespécie.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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