Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 093: Ritmos negros e periféricos: Hip-hop, Música e Identidades
Música, negritude e ancestralidade sonora. Uma etnografia sobre a construção musical da identidade de um
funkeiro amador de Porto Alegre
Esta apresentação aborda a produção musical de um funkeiro em início de carreira, com ênfase nas
reverberações entre as práticas musicais e a construção da identidade de um jovem cantor e compositor negro.
A partir do enfoque nos processos criativos por meio dos quais a música é feita, portanto, sob a perspectiva
dos bastidores da produção musical, a minha pesquisa tem como um dos seus principais objetivos compreender
qual a agência (Gell, 2018) da música na produção de identidades. A investigação foi construída a partir do
meu engajamento direto nos processos de criação musical do artista amador, incluindo a participação em uma
sessão de gravação com um DJ produtor de funk com ampla habilidade em arte de estúdio (Turino, 2008). As
categorias funkeiro e músico, que são bastante mobilizadas na minha dissertação de mestrado, funcionam como
indicadores de pertencimento social e constroem laços específicos, se articulando com os marcadores sociais
da diferença, como classe, raça, gênero, etnia, nacionalidade e território. Além de aprofundar-me nas redes
(Latour, 2006) de relações que constituem o plano de fundo da construção musical da identidade do
interlocutor da pesquisa, reflito sobre as mudanças impulsionadas pelas novas tecnologias digitais nas
formas de engajamento com a música, tendo como fio condutor o musicar (Small, 1998) de um funkeiro da
capital gaúcha.
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