ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 035: Cidades e citadinidades: questões de Antropologia Urbana
Da parte alta à parte baixa: um estudo sobre a circulação e o fazer-cidade de mulheres em Maceió (AL).
Este trabalho é oriundo de minha pesquisa de mestrado, ainda em andamento, que tem por objetivo analisar os processos de circulação de mulheres residentes nos bairros da parte alta da cidade de Maceió pelos espaços da parte baixa, a fim de compreender as motivações, percursos, sentimentos e afetações circunscritas no fazer-cidade e na experiência urbana dessas maceioenses a partir de seus trajetos cotidianos. No contexto da cidade de Maceió, a divisão existente entre “parte baixa e “parte alta se expressa não apenas em aspectos geográficos, mas também em características socioeconômicas: a parte baixa circunda bairros próximos à costa litorânea e ao centro da cidade, com destaque aos bairros nobres e espaços de grande atividade turística; e na parte alta se encontram os bairros mais distantes do centro e que figuram grandes números de complexos habitacionais e periferias. A divisão entre “parte alta e “parte baixa foi o fio condutor desta pesquisa, visto que essa corriqueira diferenciação acaba por produzir e endossar nos espaços urbanos de Maceió uma série de relações desiguais e distanciamentos entre os sujeitos, estes que por sua vez se diferenciam também pelo gênero, raça, classe, sexualidade, e outros aspectos. Haja vista a disposição dicotômica da cidade e sua aparente incidência nas relações sociais entre seus habitantes, busco observar como essas assimetrias e distanciamentos se materializam no cotidiano de mulheres que moram em localidades da parte alta. Compreendendo que o fazer-cidade e a experiência urbana são construídos a partir de subjetividades envoltas no processo de movimentar-se pela cidade (Agier, 2015), este trabalho pretende lançar luz a como essas disparidades se apresentam nas experiências urbanas femininas a partir do reconhecimento de que o fazer-cidade em Maceió reproduz implicações que operam pela impermanência e insegurança das mulheres (Lyra, 2019).