Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 063: Gênero, sexualidade e raça: produção de diferenças e desigualdades na cidade
Cinevídeo e produção de subjetividade: Pensando masculinidades não jovens a partir de um local comercial
para encontros sexuais em Natal/RN
João Elioberg da Silva Oliveira (UFRN)
Os cinevídeos surgem em decorrência da decadência dos cinemões de pornografia do final do século XX e
início do XXI. Este primeiro, com configurações arquitetônicas, de funcionamento e de público diferentes,
são espaços presentes nos centros urbanos direcionados à prática da pegação (Vale, 2012). Para Oliveira
(2013), a pegação é uma categoria nativa que se refere às experiências eróticas furtuitas e efêmeras. Dito
isto, o trabalho aqui proposto tem como objetivo analisar masculinidades não jovens a partir de um Lugar
Comercial para Encontros Sexuais (Braz, 2013) que possibilita a pegação, o Cine França. Sendo o único
cinevídeo da cidade de Natal/RN, o Cine França integra o circuito de pegação da cidade, no entanto, sua
localização, no centro da cidade do Natal, e seu modo de funcionamento, um cinevídeo, dão uma configuração
específica para o estabelecimento e, consequentemente, para a pegação. Dessa maneira, parto dessa realidade
para buscar entender como é experienciado a prática da pegação por homens não jovens, isto é, sujeitos lidos
socialmente como velhos. Metodologicamente, faço uso da etnografia sinestésica (Vasconcelos, 2020). Nesse
sentido, desenvolvo uma leitura intersecional, privilegiando os marcadores de idade, raça, território,
gênero e sexualidade para refletir acerca das experiências e da produção de subjetividade dos sujeitos
masculinos. O presente texto é fruto das primeiras incursões à campo e faz parte da minha pesquisa de
mestrado, em desenvolvimento.