Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 090: Religiões afro-ameríndias entre Norte e Nordeste do Brasil: territórios, trânsitos e práticas
"É umbanda do nordeste que traça com Jurema, caboclo, com o culto da pajelança e de outros cultos": uma
análise sobre a Umbanda Nagô no Grupo União Espírita Santa Bárbara
Esse trabalho é um desdobramento da minha pesquisa de mestrado que trata da construção de teorias
nativas acerca do chamado sincretismo afro-brasileiro. Contrapondo-se a uma visão homogeneizadora da umbanda
como religião resultante de uma confusão sincrética, procuro, a partir de uma pesquisa etnográfica, analisar
os diversos atravessamentos externos e internos que constituem a Umbanda Nagô cultuada no Grupo União
Espírita Santa Bárbara (GUESB) localizado em Maceió-AL. É importante salientar que os cenários culturais
afro-religiosos do estado de Alagoas são marcados por um dos maiores episódios políticos de perseguição às
religiões de matrizes africanas no Brasil, que ficou conhecido como Quebra de Xangô de 1912. Diante desse
brutal acontecimento, estratégias organizacionais foram reelaboradas para a continuação dos cultos no
estado, dessa forma procuro apresentar a Umbanda Nagô que surgiu em Alagoas pós quebra de Xangô e os outros
cultos internos à casa, como o Catimbó do Nordeste e a Umbanda de Mãe Chica, que constituem a Umbanda do
GUESB. Dessa maneira, busco construir uma teoria nativa com os religiosos da casa a partir de suas práticas
e vivências na religião que cultuam.
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