Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 010: Antropologia da percepção e dos sentidos
A paisagem sensorial da relação humano-mosquito
Historicamente, os mosquitos evoluíram junto com os humanos, utilizando o nosso sangue para o desenvolvimento de seus ovos e águas paradas como locais de desova. Atualmente, algumas espécies se destacam por suas capacidades adaptativas de proliferação no ambiente urbano. Este ano, diversos estados e municípios declararam emergência de saúde pública devido aos altos índices de casos de dengue que se alastram pelo país. Paralelamente ao Aedes aegypti, responsável por ser o transmissor de dengue, o mosquito de Género Culex, também conhecido como pernilongo (ou muriçoca), é um vilão em áreas com baixo índice de saneamento básico. Características marcantes do Culex, como seus hábitos noturnos e seu zumbido, criam uma condição sensorial de incômodo para uma grande parcela da população. Além disso, sua picada causa uma coceira incessante. Esse trabalho apresenta resultados preliminares de uma pesquisa etnográfica em uma área de planície costeira com crescente urbanização onde existem lagoas e canais contaminados, cercados por diversos tipos de moradias e classes sociais. Neste estudo ilustro os impactos da relação humano-mosquito, incluindo barreiras e estratégias praticadas por moradores e órgãos públicos na tentativa de controlar a paisagem sensorial do lugar.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
Associação Brasileira de Antropologia - ABA