Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 057: Etnografias em contextos de violência, criminalização e encarceramento
Notas Etnográficas Sobre os Presos em Regime Semiaberto na Penitenciária de Florianópolis
O presente trabalho apresenta as primeiras aproximações de minha pesquisa de Mestrado em Antropologia
Social ainda em desenvolvimento junto ao Laboratório Universitário de Política, Direitos, Conflitos e
Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina (LUPA/UFSC). A pesquisa se justifica em função da
situação dos complexos prisionais brasileiros, de precarização vinculada a processos de desumanização e
marginalização dos presos, na qual se expressa uma distinção entre sujeitos de direito versus sujeitos
negados (BUTLER, 2015). A pesquisa tem por objetivo analisar de que forma os presos em regime semiaberto da
Penitenciária de Florianópolis (SC), localizada no bairro da Agronômica, se relacionam com as políticas de
reintegração e ressocialização dessa instituição. Busco entender como os apenados vivem e organizam sentidos
a partir dessas políticas, tendo em vista que os discursos acerca da ressocialização têm historicamente
validado a prisão como a forma mais adequada de punição. Para tanto, tenho desenvolvido como pré-campo
observações participantes presenciais, com a manutenção de caderno e diário de campo para o registro das
minhas observações em audiências públicas, conferência de direitos humanos e manifestações que discutem a
situação dos complexos prisionais em Santa Catarina. A pesquisa tem sua importância ressaltada pela urgência
de estudar o campo das prisões na era do encarceramento em massa e da negação dos direitos humanos nos
estabelecimentos prisionais. Considerando que, pesquisas antropológicas feitas em prisões vem crescendo e
estabelecendo novas maneiras de se fazer etnografia a partir desse campo, compreendo que a presente pesquisa
pode contribuir para essa área, a partir do diálogo com os escritos de Michel Misse (2016), Michel Foucault
(1987), Loïc Wacquant (2001), Kant de Lima (2000) e Fernando Salla (2013).
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