Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 063: Gênero, sexualidade e raça: produção de diferenças e desigualdades na cidade
Pertencimento e uso democrático do espaço público: narrativas de mulheres do Ponto de Cultura Centro
Cultural Casa Vermelha
Este trabalho é fruto de minha pesquisa no Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas da
Universidade Federal de Santa Catarina. A pesquisa tem como temática o teatro contemporâneo de mulheres na
cidade de Florianópolis, Santa Catarina, e busca compreender quais são as contribuições das mulheres a este
fazer.. Partindo da perspectiva feminista e decolonial localiza o pioneirismo e protagonismo das mulheres na
construção da história do teatro contemporâneo na cidade e lança um olhar crítico a história do teatro feito
na Ilha. Ao mesmo tempo, se busca entender como estas mulheres do teatro se relacionam com o espaço urbano
da cidade e como a cidade se relaciona com estas mulheres, uma vez que Florianópolis encontra-se em uma
Ilha, a qual o urbano e o rural convivem nos espaços de moradia, trabalho e lazer. A partir desta
peculiaridade buscaremos verificar como e se os feminismos se fazem presentes em suas práticas artísticas e
se contribuem para uma outra forma de tessitura do tecido urbano em seus vínculos com os espaços rurais de
praias e territórios camponeses que constituem a Ilha de Santa Catarina. A pesquisa já entrevistou onze
mulheres da cena teatral da cidade. Para a presente proposta realiza-se um recorte que atenta-se às
narrativas das mulheres que participam do Centro Cultural Casa Vermelha, Ponto de Cultura independente da
cidade de Florianópolis. Trabalha-se a partir de entrevistas realizadas junto a três artistas e professoras
do centro cultural, atreladas à reflexão do campo da antropologia urbana e estudos feministas. Como estas
mulheres relatam suas experiências junto ao Centro Cultural? Quais são as estratégias de produção junto a
comunidade do centro da cidade de Florianópolis? Que tipo de práticas artísticas são desenvolvidas junto ao
coletivo? São algumas das perguntas norteadoras deste trabalho. Em um primeiro momento, é possível perceber
que a localização em uma zona marginal do centro da cidade não impede que estas artistas e o coletivo do
Ponto de Cultura internalizem e externalizem ações concretas de pertencimento e uso democrático do espaço
público.
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