ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 063: Gênero, sexualidade e raça: produção de diferenças e desigualdades na cidade
Pertencimento e uso democrático do espaço público: narrativas de mulheres do Ponto de Cultura Centro Cultural Casa Vermelha
Este trabalho é fruto de minha pesquisa no Doutorado Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina. A pesquisa tem como temática o teatro contemporâneo de mulheres na cidade de Florianópolis, Santa Catarina, e busca compreender quais são as contribuições das mulheres a este fazer.. Partindo da perspectiva feminista e decolonial localiza o pioneirismo e protagonismo das mulheres na construção da história do teatro contemporâneo na cidade e lança um olhar crítico a história do teatro feito na Ilha. Ao mesmo tempo, se busca entender como estas mulheres do teatro se relacionam com o espaço urbano da cidade e como a cidade se relaciona com estas mulheres, uma vez que Florianópolis encontra-se em uma Ilha, a qual o urbano e o rural convivem nos espaços de moradia, trabalho e lazer. A partir desta peculiaridade buscaremos verificar como e se os feminismos se fazem presentes em suas práticas artísticas e se contribuem para uma outra forma de tessitura do tecido urbano em seus vínculos com os espaços rurais de praias e territórios camponeses que constituem a Ilha de Santa Catarina. A pesquisa já entrevistou onze mulheres da cena teatral da cidade. Para a presente proposta realiza-se um recorte que atenta-se às narrativas das mulheres que participam do Centro Cultural Casa Vermelha, Ponto de Cultura independente da cidade de Florianópolis. Trabalha-se a partir de entrevistas realizadas junto a três artistas e professoras do centro cultural, atreladas à reflexão do campo da antropologia urbana e estudos feministas. Como estas mulheres relatam suas experiências junto ao Centro Cultural? Quais são as estratégias de produção junto a comunidade do centro da cidade de Florianópolis? Que tipo de práticas artísticas são desenvolvidas junto ao coletivo? São algumas das perguntas norteadoras deste trabalho. Em um primeiro momento, é possível perceber que a localização em uma zona marginal do centro da cidade não impede que estas artistas e o coletivo do Ponto de Cultura internalizem e externalizem ações concretas de pertencimento e uso democrático do espaço público.