ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 007: Antropologia Biológica e interfaces biologia e cultura: história, pesquisas atuais e perspectivas futuras
Bioantropologia e Urbanismo: desafios para a integração entre saúde e ambiente no contexto urbano amazônico.
Uriel Melquisedeq Lopes Coelho (UFPA)
Nos últimos anos, a Bioantropologia tem dedicado diferentes esforços para contemplar visões mais integrativas em suas teorias e métodos, buscando investigar questões relevantes acerca das interações entre aspectos biológicos, a sociedade e a cultura humana. Dentre estas abordagens, a perspectiva ecológica tem ganhado cada vez mais destaque frente a desafios como a crise climática global, tema este que também tem levado as comunidades, bem como os gestores e planejadores urbanos de todo o mundo a buscarem novas soluções para os problemas decorrentes das relações entre a sociedade e o meio ambiente, tarefa esta, que, no entanto, enfrenta ainda inúmeras barreiras. Considerando este cenário, este trabalho busca estimular uma maior aproximação entre os campos da Bioantropologia e do Urbanismo, identificando potenciais de complementariedade entre as suas abordagens que apontem também para soluções às atuais problemáticas de saúde vividas no espaço urbano amazônico. Para tanto, toma-se como referência um estudo de caso realizado entre os anos de 2023 e 2024 em um bairro periférico da cidade de Belém- PA, utilizando-se também de revisão de literatura, análise de dados secundários, técnicas de geoprocessamento e observações diretas a fim de instruir uma narrativa capaz de evidenciar algumas das lacunas e afinidades existentes entre estes dois campos, bem como ampliar os olhares acerca da influência do ambiente urbano na saúde humana. Argumenta-se que este olhar é relevante, pois além de aproximar campos comumente vistos como distintos, nos permite também encaminhar propostas de planejamento urbano mais sintonizadas com as demandas de saúde específicas das comunidades periféricas da região amazônica, contribuindo, portanto, para criar um cenário de maior estímulo ao desenvolvimento de políticas públicas mais democráticas e inclusivas.