Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 064: Gêneros, sexualidades e corpos plurais: abordagens antropológicas de práticas esportivas
Quanto custa ser bailarino negro
Este trabalho é fruto da pesquisa realizada durante o mestrado que fiz em Ciências Sociais, culminando
na dissertação intitulada: Discriminação e Preconceito no balé clássico. Neste artigo, tenho objetivo de
discutir sobre as questões em torno da categoria raça; como democracia racial, contínuo de cor e
discriminação, bem como seus efeitos sobra a trajetória de bailarinas e bailarinos negras/os em no Brasil.
Nesse sentido reflito sobre as limitações e possibilidades de ação desses indivíduos nesse universo.
Essa pesquisa foi realizada com base na metodologia qualitativa, através da realização de entrevistas
semiestruturadas a bailarinas e bailarinos que tenham cursado a profissionalização em dança no Rio de
Janeiro, bem como bailarinos profissionais que tenham iniciado ou desenvolvido suas carreiras neste estado.
O balé clássico é uma arte que tem seu início no século XVI, na corte francesa, foi aprimorado, codificado,
sofreu modificações, atingindo um virtuosismo técnico especialmente na Rússia no século XIX e chega ao
Brasil a partir do início do século XX, devido às Guerras que ocorriam na Europa, fazendo com que bailarinos
viessem para o país e aqui fizessem escola e desenvolvessem o ensino
e disseminação dessa prática artística. Defendo que essa prática reflete a realidade das relações raciais
encontradas aqui, bem como as reflete em uma divisão racial do trabalho, afetando de maneira incisiva as
carreiras e trajetórias de aprendizes e profissionais.
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