ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Trabalho para RC - Roda de Conversa
SE 20: O que ameaça o presente e o futuro dos povos indígenas no Brasil?
luta pataxó pelo Território e violências
Os Pataxó vivem no extremo Sul da Bahia e Minas Gerais. No município de Porto Seguro, está a Aldeia Barra Velha, Aldeia Boca da mata e no município de Santa Cruz cabrália esta localizada a Aldeia Coroa Vermelha. Os primeiros registros da ocupação pelo Território é iniciado a partir de viajantes naturalistas como o príncipe Maximiliano Wied- Neuwied que em 1815 através de seus registros apontou os Pataxó como reservados e desconfiados. Fomos descritos a partir da venda e troca de objetos feitas na vila do Prado. O povo Pataxó é destacado a partir das lutas e resistência. É preciso destacar as reivindicações pelo direito às terras que são de ocupação tradicional, sendo tais áreas um campo de disputa e conflitos entre indígenas e o agronegócio, turismo e indústria da celulose. Apesar da Constituição Federal de 1988 garantir estes direitos, eles vêm sendo violados e desrespeitados há décadas. Em relação a essa omissão estatal e expropriação territorial histórica, os Pataxó têm em sua memória uma história de luta e resistência pelo Território e guardam cicatrizes das violências e crimes cometidos durante o Fogo de 1951 e a criação do Parque Nacional do Monte Pascoal( 1940-1961) onde o IBDF- Instituto Brasileiro de defesa florestal impediu os Pataxó de manterem seus roçados tradicionais o que levou a período de restrição alimentar severa, é definido pelo povo Pataxó como o período da fome em que adultos, idosos, crianças e adolescentes se alimentavam de banana verde, mangaba verde devido a proibição de fazerem seus roçados e tiveram que procurar outros meios de se alimentar. A luta pelo Território Pataxó foi marcada por muita violência, violação de direitos, esta violência caiu sob lideranças Pataxó no que diz respeito na luta pela autodemarcação, como exemplo a retomada do Monte no ano de 1999 em que lideranças de nosso povo foram perseguidas por ruralistas por defenderem o Território que por direito é tradicional e sagrado que tem um significado de " baliza" marco histórico de nossa presença antes da chegada dos colonizadores. É sobre esse evento criminoso que irei falar neste simpósio, uma memória viva que embora sendo dolorosa para nós, é conhecida por todos, mesmo os mais jovens. Um lembrar incômodo, mas necessário para a manutenção da luta por nossa autonomia territorial e cultural.