Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 063: Gênero, sexualidade e raça: produção de diferenças e desigualdades na cidade
Marcações Espaciais: Reflexões sobre a Sociabilidade de Homens que fazem Sexo com Homens do Recife
RESUMO:
No Brasil e no mundo, a categorias de homens que fazem sexo com homens (HSH) permanece especialmente
afetados pelo HIV. A literatura clássica sobre HSHs aponta para a emergência de territórios de
homossociabilidade nos centros das grandes cidades, locais que possibilitam maior anonimato. Estudos mostram
que a sociabilidade entre HSHs está marcada pelo reconhecimento de códigos e pode fazer interações emergirem
em espaços e contextos os mais variados, com destaque para a internet. Esta pesquisa foca na descrição densa
onde se utilizou da técnica de observação participante, entrevistas temáticas com enfoque biográfico e
análise temática de conteúdo. Convém destacar que a pesquisa que deu origem a este trabalho se baseou em
abordagem sócio-construcionista da sexualidade e dos
agravos em saúde e buscou pelos aspectos sociais, programáticos e intersubjetivos da
vulnerabilidade ao HIV. Dessa forma, teóricos como Gayle Rubin, Richard Parker e José Ricardo Ayres, deu
relevo aos contextos comunitários e às culturas sexuais que sustentam as interações em diferentes
conformidades sexuais possíveis. Utilizou-se do conceito de estilização corporal de Judith Butler: as formas
como as classificações sociais se expressam nos corpos produzindo sentidos. Apresentarei parte da etnografia
realizada em bairros menores do subúrbio do Recife com enfoque na sociabilidade. O trabalho evidencia
constante regulação dos trânsitos dos HSH pela cidade, matizados por marcadores sociais de gênero, classe,
renda e idade.
Palavras chaves: HSH, Sociabilidade, Território
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