ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 039: Crise civilizacional, neoextrativismo e giro ecológico: perspectivas para outros futuros possíveis
CAMINHOS DO TERRITÓRIO QUILOMBOLA RAMAL DE QUINDIUA: análise da resistência do território quilombola Ramal de Quindiua frente as políticas de desenvolvimento do Estado de Maranhão
Este trabalho é pesquisa que objetiva analisar os impactos socioambientais que foram causados pela construção do complexo ponte/estrada pensando a perspectiva territorial a partir do racismo estrutural com a face do racismo ambiental para pensar a desapropriação dos territórios tradicionais a partir de projetos desenvolvimentista executados pelo Estado dentro dos territórios quilombolas no Maranhão. A partir da laceração feita no território Ramal de Quindiua, a comunidade vem sofrendo diversos tipos de violências como a especulação imobiliária, invasões e cercamento pedaços de dentro do território, o aumento de mortes por acidentes com veículos que andam em alta velocidade pela MA-211. O território quilombola Ramal de Quindiua, é composto pelas comunidades de Santa Rita, Mafra e Ramal de Quindiua, tais comunidades essas que sofrem as consequências socioambientais trazidas pelo empreendimento estatal. A categoria bem viver será trabalhada na perspectiva de Alberto Acosta (2016) que nos provoca a refletir acerca desta categoria do ponto de vista dialético, onde a mesma se opõe a categoria viver bem que é uma construção capitalista que embasar toda concepção de consumismo e fetichismo que o modelo econômico capitalista impõe às estruturas sociais vigentes. Proponho neste trabalho compreender a noção de bem-viver construídos dentro do território quilombola Ramal de Quindiua no Bequimão MA, e entender quais as estratégias de resistência que as humanidades que povoam o território quilombola construíram ao longo de quase 388 anos de resistência à escravidão, construir dentro dos territórios ocupados e aquilombados (Abdias do Nascimento, 2016) o bem-viver (Alberto Acosta, 2016). A comunidade conta que há 43 anos aquele mesmo lugar havia sido cercado pelo pai do homem que que cercou um pedaço do território da comunidade. Chegamos para conversar com a comunidade e fomos surpreendidas com o convite para participar da derrubada da cerca em Ramal de Quindiua. A comunidade se organizou para retirar a cerca que foi construída com para marcar a delimitação da propriedade dentro do território quilombola Ramal de Quindiua. No entanto, a comunidade retirou estaca por estaca, arame por arame e a propriedade deixou de existir e a resistência aos invasores externos foi reafirmada coletivamente pela comunidade.