ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 073: Mobilidade, memória e etnicidade: trajetórias biográficas e familiares indígenas
Indígenas migrantes: A gente não sabe o que fazer com eles”. Alguns apontamentos sobre as políticas públicas e o acolhimento destes sujeitos a partir das escolas de Boa Vista - RR
Este trabalho é parte de uma pesquisa doutoral, em andamento, e tem como objetivo, analisar as políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes indígenas migrantes, residentes ou de passagem por Boa Vista - RR, e que estejam matriculadas nas instituições de ensino público. A partir de então, perceber como estas políticas atuam no seu processo de inserção e adaptação na sociedade de acolhida. A metodologia deste trabalho consiste em pesquisa documental e bibliográfica, observação participante e entrevistas. O Brasil, por meio de suas leis e diretrizes educacionais, assegura o direito à educação diferenciada aos indígenas, porém colocá-las em prática, tendo como sujeitos os migrantes indígenas, ainda se caracteriza como um desafio, pois por não fazerem parte das etnias originárias do território brasileiro, seus modos de vida e manifestação cultural ainda carecem de conhecimento para que o acolhimento os alcance em suas necessidades. Devido ao movimento constante de entrada e saída, de venezuelanos Criollos e indígenas, de Boa Vista - desde aproximadamente 2015 -, as escolas vivem a realidade da falta de vagas, bem como de um processo constante de matrícula de alunos novos, ao longo de todo ano. Isto dificulta, tanto para professores quanto para os alunos, o processo de ensino e aprendizado e ainda mais a criação de laços e afetividades. Com a especificidade de não falar o português, tampouco o espanhol, muitos dos indígenas, em especial os da etnia Warao, encontram-se em desvantagens, tanto em relação aos alunos brasileiros quanto em relação aos venezuelanos, o que consequentemente também dificulta sua inserção e adaptação à sociedade de acolhida. Percebe-se, então, a necessidade de políticas educacionais de acolhimento e permanência para estes sujeitos, visando uma inserção digna na sociedade de acolhida.