Mesas Redondas (MR)
MR 10: Alimentação e Cultura: saberes críticos e diálogos transdisciplinares sobre a fome e a insegurança alimentar e nutricional
Coordenação:
Ligia Amparo da Silva Santos (UFBA)
Participantes:
Anelise Rizzolo de Oliveira (UNB)
Maria Emília Lisboa Pacheco (ong)
Inara do Nascimento Tavares (UFRR)
Resumo:
Em consonância com a temática da 34a RBA, a proposta para esta mesa visa colocar em tela o tema da fome e insegurança alimentar e nutricional em interface com a Antropologia, como possibilidade de pluralizar as perspectivas de compreensão destes fenômenos que, por seu turno, se agravaram diante dos contextos de crises múltiplas e violação de direitos vivenciados no Brasil nos últimos tempos. A fome e insegurança alimentar e nutricional, tema perene nos contextos dos países do Eixo Sul, clama por atualizar as conexões entre os modos de produção e consumo de alimentos nos diferentes grupos sociais e temáticas candentes como racismo, patriarcado, LGBTQIA+fobia, ecocídio e crises ambientais, etc, que conformam sobremaneira discussões fundamentais para impulsionar as agendas de pesquisa e as lutas por justiças social, racial, ambiental, de gênero, dentre outras, em direção à defesa da vida plural. Esta proposta, cabe ressaltar, emerge do GT Alimentação e Cultura da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional - Rede PENSSAN, cujos objetivos circundam em reconhecer as abordagens interdisciplinares no campo da soberania e segurança alimentar e nutricional; promover a produção de conhecimento teórico metodológico sobre alimentação e cultura; provocar reflexões e estudos sobre alimentação e cultura no contexto da antropologia e das ciências sociais. Pretende-se assim ampliar os espaços dialógicos e reflexivos sobre a temática no âmbito da ABA.
Trabalho para Mesa Redonda
Inara do Nascimento Tavares (UFRR)
Resumo: Resumo para a mesa: Explorando o conceito de território-corpo-espírito como uma proposição política e
epistemológica desenvolvida pelas mulheres indígenas durante a I Marcha das Mulheres Indígenas em 2019,
buscamos analisar a soberania alimentar sob essa perspectiva. Destacamos a experiência das mulheres
indígenas da Associação Cultural Indígena do Estado de Roraima KAPOI, uma associação multiétnica situada
no contexto urbano da cidade de Boa Vista, em Roraima.
Através dessa abordagem, é possível observar como esse coletivo elabora estratégias para lidar com situações
de insegurança alimentar e promover a segurança alimentar, ao mesmo tempo em que fortalece a identidade
étnica em um ambiente urbano por meio da cultura alimentar.
Assim, os espaços como as malocas, os girais, os fogareiros e as cozinhas comunitárias emergem como locais
de poder, tomada de decisão e resistência para as mulheres indígenas, contribuindo para a construção da
soberania alimentar. São lugares onde a comida se torna teoria, e os sabores são expressões do território,
corpo e espírito, fundamentais para a afirmação de uma forma de soberania alimentar desde os povos
indígenas.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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