ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Simpósio Especial (SE)
SE 07: Antropologias mundiais: Politicas associativas, políticas da etnografia (WCAA/ABA)
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Coordenação:
Bela Feldman-Bianco (UNICAMP)

Sessão 1 - Políticas Associativas

Participante(s):
Cristiana Lage David Bastos (UNiversidade de Lisboa)
Gordon Mathews (Chinese University of Hong Kong e WCAA)
Gustavo Lins Ribeiro (UAM)
Debatedor(a):
Carmen Silvia de Moraes Rial (UFSC)

Sessão 2 - Políticas de Etnografia

Participante(s):
Jaqueline Lima Santos (UNICAMP)
Omar Ribeiro Thomaz (UNICAMP)
Rodrigo Charafeddine Bulamah (UERJ)

Resumo:
Sem dúvida alguma, a antropologia brasileira tem desempenhado papel de destaque na formação e desenvolvimento de associações antropológicas mundiais (como a WCAA e IUAES), regionais (como a ALA) e encontros acadêmicos transnacionais (como a RAM e a REA), como também no que concerne à excelência de sua produção etnográfica. Embora a maioria dessa produção continue a ser parte de uma antropologia feita em casa, ou anthropology at home, tem havido desde a década de 1980 um aumento no contingente de antropólogas e antropólogos do Brasil a realizar etnografias em diferentes partes do globo. Nesse cenário, esse simpósio especial tem como objetivo entrecruzar reflexões sobre políticas associativas mundiais/regionais com reflexões sobre a políticas de etnografias realizadas em diversos contextos nacionais. Dessa perspectiva, a primeira sessão reunirá lideranças da WCAA/WAU e ALA que apresentarão e discutirão as questões cruciais confrontadas no passado e no presente por suas associações e seus planos para o futuro, incluindo paradigmas sobre as antropologias mundiais. Já os participantes da segunda sessão, antropólogas e antropólogos do Brasil, refletirão sobre a política, prática e produção etnográfica em outros contextos nacionais

Trabalho para SE - Simpósio Especial
WCAA and World Anthropology
Gordon Mathews (Chinese University of Hong Kong e WCAA)
Resumo: The World Council of Anthropological Associations (WCAA) has made many strides since its founding in 2004 at the initiative of Gustavo Lins Ribeiro. That founding was an act of great acuity, seeking to unify anthropological associations around the world into a common body. The International Union of Anthropological and Ethnological Sciences (IUEAS) had already engaged in global meetings for a century, but the WCAA sought to do this on an organizational basis. Recently, the IUAES and WCAA have been merging into the two-chambered World Anthropological Union. WCAA has been engaging in contemporary issues of anthropology through its quarterly Delegates Meetings, its semi-monthly webinars, and its in-person meetings at WAU Congresses. Brazil has long played a central role in the WCAA, through the work of Gustavo, Bela Feldman-Bianco, and other energetic contributors to WCAA’s mission. What are the ongoing global challenges world anthropology faces? One challenge remains Anglo-American hegemony. The WCAA was founded in an effort to combat this hegemony, but with global university rankings becoming all-important, along with citation indexes, Anglo-American hegemony has become even more institutionally encompassing. A second challenge lies in the Global North-Global South divide in anthropology, with the Global North paying little attention to the Global South, as if its anthropologists don’t exist: we must have an intellectually level playing field for anthropology the world over! A third challenge, as well as strength, lies in the diversity of anthropologists around the world: anthropologists in Brazil as opposed to China, for example, may have very different senses of what the discipline entails. Would it not be better if we could speak as anthropologists with a single voice? A fourth challenge lies in the increasing precarity of employment in the discipline around the world, with anthropologists easily hired and fired, with penurious wages; we thereby reproduce the global order of “haves” and “have-nots” within the discipline of anthropology itself. And yet despite these challenges, I remain confident that the global discipline of anthropology is indeed proceeding into a vibrant future. I am convinced that the best days for a global, intellectually vigorous anthropology remain ahead of us. Onto the future!

Trabalho para SE - Simpósio Especial
Experiência etnográfica em contexto pós-colonial e território urbano: um estudo sobre o Hip-hop Angolano
Jaqueline Lima Santos (UNICAMP)
Resumo: Nesta apresentação, buscaremos explorar o contexto que possibilitou a chegada do hip-hop em Angola, como a diáspora ocasionada pela guerra e o intercâmbio entre angolanos vivendo fora e dentro do país, e as fases deste movimento que estão diretamente relacionadas ao cenário político, econômico e social: II) hip-hop contra a guerra, quando as narrativas clamavam pela paz; III) hip-hop político, quando quase todos os esforços são no sentido de questionar o poder vigente e as desigualdades e reivindicar transição presidencial como fator necessário para estabelecer a justiça social; e IV) hip-hop africanista, quando os ativistas buscam uma quebra de paradigmas na história ao lançar mão de elementos que os ajudam a afirmar sua identidade e valores africanos. Além dessas fases nitidamente marcadas, trazemos também produções contínuas que as atravessam e que lançam mão dos elementos da cultura hip-hop para falar de diversão, de amor, de superação e autoestima. Imaginar uma Angola pós-colonial pode ter muitas perspectivas, mas todas mobilizam sentimentos que remetem à luta pela libertação nacional, à guerra civil e à paz – estão intrinsecamente ligadas ao sonho de um país independente. Para quem permaneceu no país, há posições transgressoras e que buscam promover uma ruptura e há aquelas integracionistas e que reificam as relações de poder, enquanto entre aqueles que vivem fora há quem espera pela consolidação das mudanças prometidas ainda na guerra anti-colonial para retornar e há quem encontre mais liberdade para contestar e denunciar o “regime” residindo em outros países. Os fluxos e refluxos que possibilitam a chegada do “Global Hip-hop” à Angola são trazidos a partir das narrativas de diferentes atores do contexto local: os que emigraram devido à guerra civil e os que se mantiveram no país. As trocas estabelecidas entre estes dois segmentos, como veremos, configurou as cenas locais do contexto angolano. A linha histórica traçada a seguir é elaborada a partir do repertório e trajetória de vida de 13 personagens: Kizua, Kool Klever, Nelboy, Pobre Sem Culpa, Samurai, Marita Vênus, Kota Nguma, Kambolo, Girinha, Gangsta, Phathar Mak, MCK, Yanick Afroman, Miguel Neto e Klaudio Bantu. Suas vozes aparecem misturadas e vão se complementando em diferentes períodos do percurso do hip-hop angolano.

Trabalho para SE - Simpósio Especial
La ALA entre lo regional y lo global, desafíos para “nuestras antropologías”
Lia Ferrero (IESCODE-UNPAZ E WCAA)
Resumo: Las conversaciones que dan inicio a la Asociación Latinoamericana de Antropología, hacían hincapié en el desconocimiento entre las antropologías de la región. Esas conversaciones se profundizan con las nociones de Esteban krotz de Antropologías del Sur, de Gustavo Lins Ribeiro y Arturo Escobar sobre Antropologías del Mundo, y otras en la misma línea, que sopesan la geopolítica del conocimiento a la hora de pensar lugarizadamente a las antropologías. En los últimos 8 años, la ALA ha promovido conversaciones en esa misma línea, procurando posicionar a la misma en tanto proyecto político que busca entre otras cosas poner en discusión cuáles son “nuestras antropologías” -qué las caracterizan como tales y por lo tanto qué las diferencian de otras. En ese marco entendemos los proyectos editoriales tales como la colección “Las antropologías hechas en América Latina y el Caribe”, cuya última entrega “Nuestras antropologías, elaboraciones y problemáticas desde América Latina y el Caribe” precisamente inicia con esa discusión. Lo mismo para la revista “PLURAL, antropologías desde América Latina y el Caribe”, y la nueva colección “Cuadernos de los Grupos de Trabajo ALA”. Esas son sólo algunas de las líneas de trabajo que tensionan la idea de una antropología internacional o global, pero que a su vez plantean desafíos para “nuestras antropologías”. De eso se tratará esta presentación, de los desafíos que se nos presentan en tanto antropologías del Sur, en un sistema mundo académico que tiende a la uniformidad, y que por lo tanto obtura cualquier posibilidad de disidencia.