Redes sociais da ABA:
GT 029. Culturas populares, rituais, festas e sujeitos em performance: diversidade sexual, racial e de gênero
Apresentação Oral em GT
Bárbara Regina Pereira
Mulheres passistas de escolas de samba do Rio de Janeiro: entre a (des)objetificação e o direito à feminilidade. Minha dança, meu corpo, minhas regras, meu prazer
Desde que o samba é samba a mulher sempre dançou. De cabrocha à passista, o prazer de ser vista na Avenida fez – e faz - parte da performance associada à dança samba. Ao longo da trajetória do carnaval, as passistas das agremiações, em sua grande maioria de origem negra, foram vistas como objetificadas, em razão da exposição de seus corpos, especialmente com o advento da espetacularização dessa manifestação cultural pela mídia televisiva. Esse cenário, no entanto, quase sempre excluiu as protagonistas do debate sobre suas próprias imagens, dentro e fora do contexto da festa. Este estudo, entretanto, buscou investigar, a partir de depoimentos das dançarinas do samba, o que representa a exibição de corpos comumente negados pela sociedade por não estarem associados a padrões de beleza estabelecidos. Corpos quase sempre negros e periféricos. Corpos cotidianamente invisibilizados. Seria o discurso da objetificação um fator de desqualificação do protagonismo feminino na dança do samba?