GT 029. Culturas populares, rituais, festas e sujeitos em performance: diversidade sexual, racial e de gênero
Pôster em GT
Cleumar de Oliveira Moreira
Folia de Santos Reis: um processo social de aprendizagem
Resumo
O presente artigo intitulado por “Folia de Santos Reis: um processo social de aprendizagem” tem como fulcro estudar a folia (manifestação religiosa) como manifestação cultural capaz de promover o saber, a instrução e garantir o encantamento do mundo. É através da tradição, da religiosidade, e, em específico, desta manifestação popular (culto ao sagrado) que se encastelam forças empíricas capazes de garantir disciplina, obediência e ordenação social. Desse modo, a Folia tem assumido papel importante, capaz de auxiliar na compreensão da formas de aprender, de ensinar, de interagir com o mundo, de compreender o homem (ser) enquanto sujeito da história, bem como as representações sociais. Nossa fundamentação teórica balizou-se em Adorno e Horkheimer (1985), Ghiraldelli Júnior (2006), Niskier (2007), Ribeiro (1985), Ortêncio (2004), e Pessoa (2009). Optamos pelo método dialético-dedutivo para analisar e comparar os estudos e/ou referenciais epistemológicos relativos ao nosso objeto de estudo. Lançamos mão, também, da observação (acompanhamento do giro da folia) como forma de compreender os conceitos e/ou categorias (cultura popular, cultura erudita, tradição, modernidade, educação - formal, não formal e informal -, ensino, aprendizagem) que estruturam nosso estudo, e, sobretudo, corroboram e validam a cultura popular como um processo social de aprendizagem. A expectativa é de que identifiquemos na Folia de Santos Reis as forças necessárias capazes de garantir o despertar da consciência e da co-responsabilidade social, cultural, política do homem perante o mundo orgânico em que está inserido. Assim, diagnosticaremos a essência da Folia de Santos Reis nessa sociedade periférica, um recorte localizado na região metropolitana de Goiânia, já “embebida” pelos impactos do “novo”.