GT 029. Culturas populares, rituais, festas e sujeitos em performance: diversidade sexual, racial e de gênero
Apresentação Oral em GT
Adriana de Oliveira Silva
Arte ingênua e sentimental: arte afro-braslleira como experiência política
A imagem do Brasil como o país da democracia racial, imagem sustentada pela explicação da história nacional através do conceito de mestiçagem tem sido, sabemos, descontruída para dar a ver outras imagens possíveis. Nesse contexto, em que medida racializar a experiência como artista (em vez empalidecê-la na mestiçagem) pode ampliar ou restringir a expressão e a produção de artistas negros no contexto brasileiro atual? Quais podem ser os sentidos de racializar a experiência como meio de debater o presente e o devir de artistas negros, e da população negra em geral? E, consequentemente, quais podem ser os sentidos de relacionar arte e política? O modo como artistas têm lançado mão (ou não) de uma herança e um devir afro-brasileiros é uma questão candente especialmente num momento em que uma parcela da sociedade brasileira escancara seu repúdio ao empoderamento negro resultante de movimentos sociais de longa duração que acabaram por resultar em políticas públicas apenas recentemente implementadas e já sob risco. O debate aqui proposto se baseia na pesquisa de doutorado com artistas contemporâneos negros em São Paulo, como Sidney Amaral, Sônia Gomes, Moisés Patrício, Lidia Lisbôa, entre outros, a partir da problemática de uma arte ingênua e sentimental, inicialmente estabelecidas pelo poeta e filósofo alemão Friedrich Schiller para pensar as possibilidades reflexivas da/na arte.