GT 003. A luta pelo espaço nos centros urbanos contemporâneos
Apresentação Oral em GT
Luciano Magnus de Araújo
Uso dos espaços, etnografia visual e embates (quase) silenciosos: aspectos de ‘contemplações de passagem’ na comunidade Vila Matos em Salvador/BA
A cidade guarda mistérios, disso não há dúvidas. A cidade vivida por aquele-aquela que cria familiaridades é um ente de conhecimento-desconhecimento. A cidade pode ser desbravada, apropriada, consumida,... A relação do indivíduo que vive essa cidade é mediada por categorias e entendimentos dinâmicos, de falas várias, de interpretações fluidas e fugidias. E para aqueles-aquelas que não a conhecem, como se dá a natureza dessas percepções? Desconhecer e desconhecer-se na cidade são coisas próximas e distantes. Como é definido um primeiro contato com certa experiência urbana? Que elementos, de fato, mediam essa relação? O que é o ente cidade que exija ou possa ser vista como condição - meio-fim - para abordagens-entendimentos sobre e para sua própria exploração e envolvimento? Essas questões fazem parte de um contexto de análise que pode servir para pensar estratégias para viver em e a cidade. De toda forma, é um sugestionamento que carece de adoção espontânea: ser-estar como indivíduo urbano, muitas vezes, prescinde um saber sê-lo. Mas não custa tentar outras maneiras de ser-estar...A presente proposta provoca olhares de passagem tendo como motivo protagonista a comunidade de Vila Matos na cidade de Salvador, Bahia. Observar o uso do espaço urbano, em área nobre do município soteropolitano, contrastando com lugares da cidade organizadas pelo poder especulativo do capital e registrar a coexistência de ocupações entre planejadas, organizadas e outras formas de estar no lugar é nosso presente movimento etnográfico e visual. Para os recortes teóricos algumas autorias serão prestigiadas: Eckert e Rocha (2013), sobre Etnografia de Rua e estudos de antropologia urbana; Santo e Becker (2011), sobre ordenamento territorial e uso dos espaços; Mirandola Jr, Holzer e Oliveria (2014), sobre o lugar do espaço e outras contemplações; Mongin (2009), sobre a experiência de explorar a cidade na era da globalização; Carlos, Santos e Alvarez (2018), sobre resistências, centralidades periféricas e segregações espaciais.