Redes sociais da ABA:
GT 003. A luta pelo espaço nos centros urbanos contemporâneos
Pôster em GT
Matheus Cervo, Felipe da Silva Rodrigues
O Portal Memória Ambiental e Memória das Águas Urbanas – Porto Alegre, RS.
O portal Memória Ambiental é resultado de um projeto realizado pelo grupo de pesquisa Banco de Imagens e Efeitos Visuais (BIEV) do Laboratório de Antropologia Social/PPGAS/UFRGS desde 2009. Iniciado com a construção da pesquisa antropológica em hipermídia denominada “Habitantes do Arroio: estudo de conflitos de uso de águas urbanas, risco, saúde pública e comunidades étnicas em Porto Alegre-RS” e que resultou em um blog e um documentário interativo disponíveis na internet, o projeto incialmente refletia especificamente sobre os usos e abusos das águas do Arroio Dilúvio. Financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e desenvolvido pelo BIEV e pela ONG Instituto Anthropos, refletiu-se principalmente sobre as condições ambientais dos recursos hídricos em questão contrapostos à diversidade sociocultural de representações simbólicas, ethos e visão de mundo das populações que habitam a micro bacia estudada. Com o posterior desenvolvimento do projeto coordenado por Ana Luiza Carvalho da Rocha e Cornélia Eckert, a pesquisa desenvolvida sobre os processos de metropolização e os consequentes impactos para a gestão de águas urbanas nas modernas sociedades complexas se tornou apenas um dos eixos que estruturam a plataforma atual. Compreendendo a “questão ambiental” através da ótica temporal do viver citadino, propomos uma aproximação entre a etnografia da duração (ECKERT; ROCHA, 2013c) e as múltiplas perspectivas sobre o meio ambiente trazidas pela perspectiva antropológica. Compreendendo que o “Processo Civilizatório” Ocidental (ELIAS, 1985) desencanta e racionaliza a Natureza através de uma concepção específica de inter-relação entre ser humano e ambiente, pretendemos complexificar o que é considerado hoje como crise ambiental ao expressar a heterogeneidade cultural existente em Porto Alegre em relação às águas, aos animais, aos vegetais e outros não-humanos que compõem a paisagem do urbano. Refletindo sobre a utilização de recursos multimídia como meio de ampliar a divulgação dos resultados da pesquisa etnográfica nas e das cidades para além dos muros da universidade, o processo de desterritorialização e desmaterialização dos suportes físicos tradicionais revela novos desafios para a representação da pesquisa social. A pesquisa aqui proposta se concretiza através da construção de um banco de conhecimento que incorpora escritos, crônicas, narrativas biográficas, cartografias, fotografias, vídeos, sons, etc. Com a construção de coleções de documentos de diversos fundos de origem através de categorias e palavras-chave, utilizamos as ferramentas de georeferenciamento do My Maps da Google para criar uma experiência ao leitor-navegador (CHARTIER, 1999) com o mapa da cidade.