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Logo da 30ª Reunião Brasileira de Antropologia
3 a 6 de agosto de 2016
João Pessoa - PB
UFPB - Campus I
GT 011: Antropologia do Cinema: entre narrativas, políticas e poéticas
Pôster em GT
João Paulo de Freitas Campos, André Di Franco
Harmony Korine e a potência da imagem etnográfica
Harmony Korine talvez seja um dos diretores mais consagrados do cinema norte-americano atualmente. Transitando entre filmes independentes em formatos alternativos e megaproduções hollywoodianas, Korine chegou a ser considerado o futuro do cinema americano por Werner Herzog. Embora sempre ficcionais, as obras do autor estão marcadas por um caráter documental, na constante busca em retratar realidades específicas, no uso de não atores, em intensos works de pesquisa prévia etc. O seguinte work procura, portanto, analisar o primeiro filme de Korine como diretor, Gummo, buscando interpretar, entre o processo e a obra final, as diversas infiltrações etnográficas presentes no filme. No sentido de que "o olhar e o ouvir constituem a nossa percepção da realidade focalizada na pesquisa empírica” (Oliveira, 2006, p. 31), procuramos entender como as decisões estéticas e, por fim, o work de campo do diretor em Xenia – Ohio, estabelecem um porvir intrinsecamente etnográfico ao filme. Através de retratos tão críveis quanto reais, argumentamos que a obra de Korine se situa num entre lugar, combinando a ficção e a realidade numa espécie de fricção imagética. O resultado deste experimento produz uma saída poética aos clichês estéticos presentes no mundo do cinema, enriquecendo o processo criativo do cineasta, seja ele documentarista ou não.