ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Simpósio Especial (SE)
SE 04: Antropologia sob o signo da urgência
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Coordenação:
Kelly Cristiane da Silva (UNB)

Sessão 1 - A Antropologia diante das guerras contemporâneas

Participante(s):
Paolo Israel (University of the Western Cape)
Paulo Gabriel Hilu da Rocha Pinto (UFF)
Virginia R. Dominguez (illinois)

Sessão 2 - Missões de paz e mediações possíveis

Participante(s):
Ana Elisa de Figueiredo Bersani (FJLES)
Kelly Cristiane da Silva (UNB)
Marcelo Moura Mello (UFBA)

Sessão 3 - Roda de Conversa|Humanitarismos

Participante(s):
Ana Elisa Santiago (UFSCAR)
Jean Segata (UFRGS)
Leonardo Schiocchet (Universidade de Viena)

Resumo:
Novos tempos, novas guerras e massacres, novas epidemias: o que a antropologia tem a dizer sobretudo tendo como referência o seu lugar num campo que mobiliza tantos agentes internacionais entre profissionais especializados, jornalistas e órgãos de comunicação, mídias sociais, organizações multilaterais e agências humanitárias que atuam no terreno e, por vezes, representam forças beligerantes e/ou antagônicas? Sob o signo da urgência o antropólogo mobiliza distintas formas de pesquisa de campo como traz para o debate anos por vezes décadas de conhecimento acumulado sobre uma determinada população, região ou problemática. Este campo tenso de conflitos e catástrofes, e num movimento que certamente não é novo, é também um universo de atuação profissional de antropólogos e antropólogas para além da pesquisa: reconfigurações da clássica “antropologia aplicada” fazem de nossos pares agentes no terreno da ação, produzindo relatórios, indicando diretrizes, sistematizando informação, propondo políticas que, certamente, estão longe de promover qualquer tipo de consenso em nosso campo profissional.

Trabalho para RC - Roda de Conversa
Reflexões antropológicas sobre intervenções internacionais: o caso da MINUSTAH no Haiti
Ana Elisa Santiago (UFSCAR)
Resumo: Nesta apresentação, pretendo discutir alguns aspectos críticos das intervenções internacionais a partir da etnografia da MINUSTAH, Mission des Nations Unies pour la Stabilisation en Haïti. Ao conectar alguns insights da pesquisa aos temas do Simpósio, pretendo aprofundar em como a Antropologia pode abordar as complexidades dos conflitos modernos e das chamadas crises humanitárias. A etnografia dos documentos da missão mostra como a burocracia molda os objetivos e as ações da cooperação internacional, muitas vezes refletindo noções de governança e estabilidade centradas em ideias ocidentais. Essa perspectiva, com foco na criação do que chamei de “paisagem estatizada”, demonstra os intrincados processos de engenharia institucional que visam estabelecer o chamado “estado democrático de direito”. No entanto, a metodologia padronizada da ONU para alcançar tais objetivos tende a negligenciar as especificidades locais e as perspectivas das populações às quais pretendem atender. A etnografia junto aos movimentos sociais haitianos joga luz sobre o imenso desencontro entre os objetivos supostamente humanitários pretendidos pela missão e as avaliações locais sobre a atuação estrangeira no país. A Antropologia permite experimentos produtivos com a escrita, possibilitando superar silenciamentos impostos pela burocracia e narrativas homogeneizantes sobre o Haiti. Pretendo, então, me posicionar junto aos haitianos na análise da MINUSTAH, a partir da crítica que eles apresentam a conceitos ocidentais como paz, democracia, igualdade e, claro, direitos humanos.

Trabalho para SE - Simpósio Especial
Mediações em situações de emergência: antropologues entrelugares
Kelly Cristiane da Silva (UNB), Kelly Silva (UnB)
Resumo: Nesta comunicação proponho discutirmos as possibilidades de ação de antropólogos e antropólogas em contexto de emergência pela mobilização da ideia de mediações. A partir dela, cotejo aproximações e distanciamentos entre nosso ofício e a prática do jornalismo e do advocacy. Destaco ainda dilemas éticos que potencialmente podem se impor como consequência de nossa localização nesse entrelugar.