Este minicurso estrutura-se a partir da noção de pesquisa de terreno, a qual perpassa o fazer-etnográfico antropológico numa perspectiva transdisciplinar, que se desenvolve em Portugal, em certa medida dialogando também com o cenário da antropologia brasileira. O objetivo é oferecer às/aos participantes um quadro de referências teóricas, metodológicas e empíricas, que permita uma reflexão crítica sobre as práticas de pesquisa no contexto português e brasileiro. A proposta emerge a partir do diálogo entre pesquisadoras/es brasileiras/os e portuguesa/es, com vistas a ampliar os debates acerca do tema e contribuir para a consolidação de redes pesquisa internacional e de reflexão sobre o fazer-etnográfico. O minicurso divide-se em três eixos: 1) introdução à pesquisa de terreno, demonstrando as práticas e técnicas características deste modo de conceber a pesquisa etnográfica; 2) experiências de pesquisa no Brasil e em Portugal; 3) a produção de conhecimento antropológico articulado a partir das dinâmicas de mobilidade e de migração e as questões éticas da pesquisa de terreno.

O Minicurso (MC), proposto pela Comissão Editorial de Periódicos Científicos da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e realizado pela Revista Novos Debates (ABA), aborda a produção científica em revistas e periódicos acadêmicos nas Ciências Sociais e Antropologia. Uma primeira edição deste MC ocorreu durante a XIV RAM em 2023 e dada sua bem-sucedida recepção, estamos ofertando-o mais uma vez. O objetivo deste MC é capacitar estudantes de Ciências Sociais e Antropologia, familiarizando-os(as) com práticas editoriais, estruturação de artigos acadêmicos e diversas formas de publicação científica, fundamentais para suas trajetórias acadêmicas. Assim, destinado a estudantes de diversos níveis, o MC busca familiarizar os(as) participantes com o ambiente das publicações científicas, tão importante para consolidação de trajetórias acadêmicas. Estruturado em três sessões, a primeira discute “Fluxos Editoriais, ética e boas práticas de publicação”, abordando aspectos editoriais, a avaliação do Qualis Capes, estratégias de publicação e normas acadêmicas. A segunda sessão, “Estruturas de um artigo acadêmico em Antropologia”, focaliza os elementos essenciais de um manuscrito inédito, diferenças entre ensaios e artigos, e a transformação de trabalhos em artigos científicos. A terceira aborda “Outras formas de publicação científica”, apresentando variedades acadêmicas como resenhas, entrevistas e ensaios fotográficos.

Este minicurso tem como objetivo trazer uma perspectiva histórica e antropológica para a compreensão do contexto de violência, segregação e colonização pelo qual passou e passa a Palestina como sociedade e território sob ocupação e controle militar de Israel. Considerando o nível de violência dos eventos que aconteceram recentemente em Israel, Gaza e, mesmo, na Cisjordânia, torna-se importante e urgente discutir os contextos, discursos e efeitos mobilizadores da questão palestina e da ocupação e controle israelense da Cisjordânia e Gaza desde 1967. A Guerra em Gaza iniciada em 2023 já promoveu o deslocamento forçado de cerca de 2 milhões de habitantes do território, e a morte de mais de 21 mil pessoas, sendo 70% delas mulheres e crianças. A centralidade da Questão Palestina e da Guerra em Gaza para uma reflexão antropológica comprometida com os Direitos Humanos e os direitos de povos originários em terem autonomia e soberania em seus territórios, em oposição a projetos coloniais e/ou nacionais que visam sua despossessão, confinamento, segregação e submissão, foi reconhecida em notas contundentes feitas pela American Anthropological Association (AAA) e pela European Association of Social Anthropologists. A própria ABA reconheceu a importância da questão, realizando um webinário e uma nota a respeito. Assim, curso pretende trazer elementos informativos e analíticos que permitam uma compreensão complexa e profunda da questão para a comunidade antropológica no Brasil.

Desde 2018, o Comitê de Patrimônios e Museus da ABA realiza o Mapeamento das Coleções Etnográficas no Brasil, por meio de articuladores regionais. Em 2022, o projeto foi aprovado no Edital Pró-humanidades do CNPq, quando foi formada uma rede de pesquisadores multidisciplinar com bolsistas da antropologia, museologia, história, produção cultural e TI de universidades brasileiras de todo Brasil, com o objetivo de desenvolver uma plataforma do software Tainacan™ - sistema de gerenciamento de dados para instituições culturais - com disponibilização da localização de objetos e coleções etnográficas em museus brasileiros para o conhecimento dos detentores, pesquisadores e publico em geral. O objetivo desta oficina é abordar a Tecnologia da Informação (TI) e o processo de transformação digital relacionado a acervos bibliográficos, arquivísticos e museográficos, as ferramentas de TI e o impacto social da Informática e dos sistemas computacionais na organização, nos métodos de acesso a informações e na gestão de banco de dados. Relacionando o uso dessas tecnologias à antropologia, para que os participantes também possam alimentar a plataforma do Mapeamento das Coleções Etnográficas - que será lançada no evento Pré-34ªRBA do Comitê de Patrimônios e Museus - bem como, elaborar projetos nas áreas de museus, patrimônios e restituições digitais ou não.