Redes sociais da ABA:
GT 057. Processos e dinâmicas no ciberespaço: divergências, dissidências, usos e contra-usos em relação à experiência de si
Pôster em GT
Jéssica Thoaldo da Cruz
Colorismo e embranquecimento na rede: o racismo e a tentativa histórica de apagar a ancestralidade africana
O presente work retrata as mazelas presentes na história do Brasil e seu passado marcado pela escravidão e pelo processo de embranquecimento pós-abolicionista. Em recorrência a abolição tardia no país, a elite intelectual preocupa-se em construir uma identidade nacional para o mesmo, considerando agora cidadãos negros e indígenas. Suas propostas e concepções nada incluíam esses grupos, já que tentavam através da ciência descobrir formas para expurgá-los ou embranquece-los, por meio de métodos eugenistas. Tal processo desumano ainda faz-se presente na contemporaneidade, a história e cultura afro-brasileira vem sendo dizimada e apagada da história oficial, bem como as práticas de embranquecimento que vem aniquilando a ancestralidade africana e a auto identificação, valorizando a superioridade caucasoide em detrimento de qualquer traço negroide. Desse modo, discussões sobre o racismo, colorismo, miscigenação e estética negra, vêm sendo apropriadas por influenciadoras digitais como um ato político de pertencimento étnico. As vlogueiras, como são intituladas, estão ocupando um espaço importante na Era da Informação, propiciando discussões de pautas historicamente ignoradas, bem com enaltecendo a identidade negra, combatendo assim o processo de embranquecimento. Nesse sentido, a pesquisa apresenta uma análise do conteúdo, visual e dos comentários de internautas sobre as temáticas que envolvem a discussão sobre o embranquecimento e colorismo, abordadas por cinco vlogueiras em seus respectivos vídeos disponibilizados no Youtube, uma plataforma digital mundial, discussões estas veladas pela sociedade que ainda defende a falaciosa democracia racial no Brasil.