Redes sociais da ABA:
GT 051. Performances e marcas da religião na cidade
Apresentação Oral em GT
David Adan Teixeira Saenz
Territorialidade, transnacionalidade de uma religião na fronteira Brasil/Peru: Os Israelitas do Novo Pacto Universal
Na região do alto Solimões, mais precisamente o município de Benjamin Constant, no Estado do Amazonas Brasil, fronteira com o Peru, habitam povos de diversas culturas, etnias e concepções religiosas. É neste ambiente que estou realizando um estudo de campo, baseado na análise da territorialidade religiosa e fronteira de seus adeptos, a partir de dados históricos e etnográficos sobre uma denominação religiosa autóctone de cunho messiânico – que incorporam elementos da cultura e representações cosmológicas andinas ao catolicismo, ou seja, representações do mundo indígena Inca, importantes para desconstruir a ideia de predeterminação católica, e ou cristã Marzal (S/D) – conhecidos oficialmente pela sigla AEMINPU (Associação Evangélica da Missão Israelita do Novo Pacto Universal) ou popularmente como (irmãos) Israelitas, criada por Ezequiel Ataucusi Gamonal e seus colaboradores em 1968, tendo como objetivo evangelizar o máximo de pessoas para que essas vivam de forma peculiar as características desse grupo, que consiste em seus adeptos se identificarem através de marcadores físicos como: os homens, utilizarem os cabelos e barbas compridas; e as mulheres, os cabelos compridos e cobertos por um véu . Características que os preparariam para a espera do apocalipse eminente. Aprofundando uma análise sobre as fronteiras enquanto lugares singulares que, entre outras coisas, se caracterizam por ser o espaço de encontro da alteridade, locais de conflitos étnicos e por serem espaços de contato e acomodação nacional e transnacional. Dentro desta perspectiva meu foco recai sobre como são postas as fronteiras para os membros dessa religião nas cidades de fronteira como Benjamin Constant (Amazonas), se seus movimentos de transnacionalidade seguem ainda nos dias atuais a formula do movimento “fronteiras vivas” – que consistia na formação de colônias, transformando todo o meio ambiente em volta, a fim de que estes representem locais sagrados, idealizados. Onde os aspectos políticos institucionais estão presentes e atuantes na ação, através de um poder simbólico que gera e/ou consolida uma vivência entre o sujeito e o território estabelecido ou criado.