GT 048. Novas perspectivas para o estudo das religiões de matriz africana nas Américas
Apresentação Oral em GT
Luis Meza Alvarez
Religiões afro-cubanas na Colômbia: um universo em expansão e um novo campo de estudos em construção
Ao que tudo indica, a cada dia mais pessoas na Colômbia se aproximam das chamadas, na literatura antropológica, como religiões afro-cubanas, seja como iniciados ou apenas como consulentes. Há indícios da presença destas em várias cidades do país –por meio de santeros, babalawos, casas de santo e algumas botânicas– como registram alguns works acadêmicos (ainda escassos) e algumas matérias de jornais (também escassas e problemáticas). A presença relativamente recente destas religiões num país predominantemente católico, que teve tribunal da inquisição e que sempre se pensou que não havia espiritualidades ou religiosidades de origem africana, representa uma novidade e uma alternativa nas buscas de soluções de ordem espiritual e terapêutica por parte de consulentes –pessoas negras e não negras– nas cidades colombianas. Também constitui uma novidade para as ciências sociais colombianas, cujo interesse nelas é recente e reflete –na escassa produção sobre esse universo religioso– os modos de abordagem e debates presentes nos estudos sobre as populações negras na Colômbia, assim como reproduz alguns lugares comuns de algumas correntes contemporâneas de estudo sobre as religiões afro-americanas. Assim sendo, nessa proposta de comunicação procuro discutir com essa produção colombiana sobre as religiões afro-cubanas e a partir desse ponto pensar em opções de pesquisa que procurem levar em conta as interpretações nativas, documentar a complexidade desse universo religioso e contribuam para pensar de novo as espiritualidades/religiosidades não cristãs, especialmente, em relação com as populações negras na Colômbia