GT 048. Novas perspectivas para o estudo das religiões de matriz africana nas Américas
Apresentação Oral em GT
Ana Rizek Sheldon
Algumas questões sobre dança e escrita.
Esse texto tem como questão inicial discutir como a experiência religiosa da dança foi e é apresentada pela escrita antropológica. Em quais termos e a partir de quais endereçamentos? Essas perguntas, norteiam uma breve análise da produção etnográfica acerca das religiões de matriz africana no Brasil e das diferentes formas em que certas práticas desse universo religioso foram apresentadas, no século XX. Se é possível ver a dança como uma parte constitutiva das cerimônias públicas no caso do candomblé, pois compõe momentos em que as entidades se fazem presentes nos terreiros aos olhos de todos, as descrições destinadas a ela testemunham mudanças nas abordagens de pesquisa ao longo do tempo. Além disso, a dança parece ter uma posição central nas feições públicas (mais visíveis também aos não-iniciados) do modo de vida do candomblé, o que pode adicionar aos processos que a envolvem, dinâmicas de relações que a tencionam com outros âmbitos da vida (como tensões relativas a afetividades, processos de identificação étnicos-raciais, ou ainda conectando religiosidade com processos de work em arte). Por fim, o work procura dar certo relevo aos estudos que se ativeram às danças de caboclos e suas relações com outras entidades.