GT13: Antropologia Digital: processos, dinâmicas, usos, contra-usos e contenciosos em redes socioténicas
Apresentação Oral
Gabriel Ferreira de Brito
Mídias sociais e as diferentes experiências de cura durante a pandemia do novo Corona vírus
objetivo deste trabalho foi analisar mídias sociais compartilhadas por três participantes de uma pesquisa sobre a experiência de residentes da cidade de Olinda com a pandemia de Covid-19 a partir de ambientes digitais. Trata-se de uma etnografia digital e presencial. O marco teórico se baseou nos modos de existência de Bruno Latour. Metodologicamente utilizou-se o programa Atlas ti7 como auxiliar na análise qualitativa dos dados. Assim, o compartilhamento de mídias sociais pelas informantes selecionados era transferido para o Atlas; depois eram codificados em palavras-chave que remetessem a associações em torno da pandemia; depois de definidas as redes de associações, eram finalmente categorizadas as redes de códigos nos modos de existência. Concluiu-se que existem duas formas de lidar com a pandemia, conforme mídias sociais compartilhadas: Na prevenção, é possível seguir a ciência, com medicamentos (tendo eles eficácia comprovada por esse modo ou não); ou com hábitos que cruzam práticas psíquicas e com diferentes espiritualidades. Por outro lado, foi identificado que no hiato da substituição do uso de medicamentos pelo cruzamento de bons hábitos e espiritualidade, os efeitos placebo, fundamentais para a experiência (bio)médica e científica, desaparecem. Eles são substituídos pela correlação entre a experiência de cura individual, baseada no hábito, com mídias sociais que transportam outras experiências de cura que ratificam a automedicação e os "hábitos saudáveis". Por último: propõe-se, a nível teórico, classificar o animismo como um modo de existência, a despeito do seu equivalente "moderno", o modo de existência da metamorfose.