Redes sociais da ABA:
Logo da 30ª Reunião Brasileira de Antropologia
3 a 6 de agosto de 2016
João Pessoa - PB
UFPB - Campus I
GT 006: Antropologia da morte: teorias de ritual
Apresentação Oral em GT
Luciane de Oliveira Rocha
“Aquela Bala Me Matou Também”: Homicídio, Maternidade e o Ritual Público do Luto no Tribunal de Justiça
Engajando com a teoria de ritual como modelo de análise, o objetivo deste artigo é analisar as manifestações públicas de mães de vítimas de violência policial como um ritual coletivo de luto. Como estratégia para dar visibilidade aos casos de homicídios cometidos por policiais e buscar a celeridade dos processos junto ao Sistema de Justiça Criminal, as mães de vítimas de violência policial promovem atos públicos em frente ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Analisados como rituais, é possível identificar nesses atos manifestações de sofrimento por meio do silêncio, cantos, poesia, fotografias e trajes. A metodologia utilizada é a análise etnográfica de três desses rituais de luto e a etnografia documental de processos criminais. O ensaio está dividido em três seções: na primeira, discuto como a morte de jovens ligada à ação policial no Estado do Rio de Janeiro é retratada nos processos criminais; na segunda, discuto o reposicionamento da morte na experiência de mães de vítimas de violência; na terceira parte, vinculo a abordagem performativa para a análise do ritual do luto realizado pelas mães. Este work revisa a teoria de rituais e a relaciona com a morte e o morrer na teoria da Diáspora Africana.