GT 001: A GESTAO PUBLICA DA PROSTITUICAO: politicas, putas e conflitos nas arenas locais e internacionais
Apresentação Oral em GT
André Rocha Rodrigues
“A gente não tem parada”: deslocamentos, apropriações e sociabilidades na prostituição travesti.
Mobilidade é algo que está intimamente atrelado à produção da experiência da travestilidade e das atividades que a cercam, tais como a prostituição. Os estudos sobre o tema costumam destaca-la sempre atrelada à estratificação, status e distinção. Este work pretende investigar os processos internos de produção da travestilidade e da pessoa, o que implica pensar nos circuitos e deslocamentos geográficos, mas não só neles. Busco analisar os vários significados que a categoria mobilidade pode encerrar naquilo que a faz revelar a dinâmica dos deslocamentos existenciais entre gêneros associados às atividades de trânsito entre cidades e lugares pelas travestis. Em princípio busco identificar alguns circuitos que evidenciam tais deflexões entre cidades interioranas do estado de São Paulo, reconhecidos localmente como espaços de prostituição atentando para a noção de rua – categoria muito mobilizada em outras análises etnográficas – e repensando-a. Entendendo que estas movimentações possuem lógica rizomática – que não observam princípios de começo e fim – e que não constituem necessariamente redes estáveis de deslocamentos e fluxos de agentes, sugerindo mais um ambiente de emaranhado de linhas, o presente work, como metodologia, identifica nesses deslocamentos uma dinâmica multissituada de experiências cujo foco nas mobilidades, apropriações dos espaços e produção de sociabilidades em torno da atividade da prostituição travesti encerra um problema etnográfico relevante, qual seja, a relação co-determinante entre produção de gênero e produção generificada dos espaços urbanos.
Palavras-chave: Travesti; Deslocamentos; Prostituição